
“Capataz de uma fazenda em Miranda, a 195 quilômetros de Campo Grande, um homem de 45 anos foi flagrado na tarde dessa quarta-feira (17) com macaco-prego em coleira. Ele foi multado em R$ 500 pela Polícia Militar Ambiental (PMA).
Segundo a PMA, os policiais faziam fiscalização na área rural e viram o animal em um recinto da propriedade distante 80 quilômetros da zona urbana. O macaco-prego estava amarrado a uma corrente ligada a uma coleira, porém, não apresentava sinais de maus-tratos.” – texto da matéria “Capataz de fazenda em MS é flagrado com macaco-prego em coleira”, publicada em 18 de junho de 2015 pelo portal G1
A retirada indiscriminada de animais da natureza pelo tráfico de fauna ou por simplesmente quem deseja ter um silvestre como bicho de estimação não é uma atitude inócua. Muitas graves consequências podem ser observadas.
O mercado negro de fauna é responsável, basicamente, por três grandes grupos de problemas: o ambiental, a crueldade e o de saúde pública.
Todo animal tem funções ecológicas a cumprir em seu ecossistema. A retirada constante de bichos de uma mesma espécie pode levar a extinções locais ou totais, além de afetar outras espécies (inclusive da flora) com que ela se relaciona – seja por predar ou ser predada, por disseminar sementes, polinizar, etc.
Os traficantes de fauna são responsáveis por um leque de ações cruéis para garantir seus lucros. Animais são dopados, machucados na coleta ou captura, transportados amontoados em pequenos espaços, sem ventilação, alimentação ou água. O estresse é intenso, causando queda de imunidade. Lesões e mortes são muito comuns.
Por fim, o comércio ilegal de animais está intimamente envolvido com a disseminação de zoonoses (doenças transmitidas pelos animais aos humanos). Mais de 180 zoonoses já foram identificadas, valendo destacar, por exemplo, a febre amarela, a tuberculose, a toxoplasmose, a gripe aviária, a raiva e a psitacose. Esse tipo de crime é também um grande problema de saúde pública.
Vale destacar que, de acordo com estimativa de 2001 da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), 38 milhões de animais são retirados todos os anos da natureza brasileira para abastecer o comércio ilegal. E sabia que mais de 60% desses bichos são para abastecer o próprio mercado negro brasileiro.