Lobo-guará: por muito pouco, o cativeiro definitivo

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
01 de março de 2012
Durante a soltura de uma fêmea de lobo-guará realizada em 28 de fevereiro de 2012 em Vinhedo (SP), a veterinária responsável pelo centro de reabilitação de animais silvestres da Associação Mata Ciliar, Cristina Adania, declarou:

“E por muito, muito pouco ela não fica em cativeiro definitivamente: era necessária uma área com vegetação, e foi muito difícil encontrar um local onde a soltura pudesse ser feita, devido à grande urbanização em Vinhedo.”– texto da matéria “Lobo-guará volta para casa”, publicada em 29 de fevereiro pelo site Terra da Gente


Soltura da fêmea de lobo-guará

Foto: Divulgação AutoBan

O animal foi resgatado há uma semana em um condomínio vizinho à Via Anhanguera, em Vinhedo. Ele foi levado para a sede da Associação Mata Ciliar, em Jundiaí, onde foi examinado e recebeu identificação para monitoramento por meio de um rádio colar e um microchip.

Sobre o que foi dito pela veterinária Cristina Adania, é necessária uma reflexão (que, por sinal, a imprensa não prestou atenção): a falta de áreas para soltura de animais reabilitados. O Brasil ainda está longe de ter uma rede competente de centros de reabilitação e reintrodução de animais silvestres. Mas será que, independentemente de termos essa rede funcionando, chegaremos ao ponto de não termos áreas adequadas para devolver espécimes à vida livre?

Já pensou na vergonhosa situação de termos uma estrutura eficiente para atender animais resgatados do tráfico ou de áreas urbanizadas e não conseguirmos realizar as solturas necessárias por, pasmem, falta de áreas naturais conservadas no Brasil?

Esse é um dos motivos que salientam a importância da ampliação e gestão eficiente das unidades de conservação de proteção integral (como os parques, as estações ecológicas e as reservas biológicas) e, sobretudo, a proteção de ecossistemas ainda conservados em áreas privadas. Saiba que a maior parte dos remanescentes de Mata Atlântica, por exemplo, não estão em terras protegidas pelo poder público. Estão em propriedades particulares.

Reserva Legal e Área de Proteção Permanente (APPs) têm funções ecológicas extremamente importantes. Acompanhe e manifeste-se no processo de alteração do Código Florestal. A fauna silvestre é um fator, entre tantos outros, que dependem dessa legislação.

– Leia a matéria completa do site Terra da Gente
– Conheça a Associação Mata Ciliar

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

Newsletter do Fauna

Resumo semanal do que foi notícia no
universo dos animais silvestres.

Busca

Fauna ZAP
1
Olá! Eu quero receber as notícias do Fauna News. 😃 🐾