Por Elidiomar Ribeiro da Silva
Biólogo, mestre e doutor em Zoologia. Professor do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), responsável pelo Laboratório de Entomologia Urbana e Cultural
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Agosto, mês do desgosto, diz o ditado popular, com o requinte de uma rima simplória que surgiu em Portugal, mas parece ter sido criada sob medida para o nosso Brasil. Esse e tantos outros ditados, contos, lendas, mitos, causos, crendices e simpatias, além de muitas coisas mais, fazem aquilo que pode ser chamado coletivamente de folclore.
No Brasil, comemora-se o Dia do Folclore em 22 de agosto. Assim, a cada ano, exatamente o desgostoso agosto ostenta-se como o Mês do Folclore, época em que museus e outras agremiações culturais saúdam a cultura popular e programam atividades que entretêm professores, estudantes e público em geral, ainda que no atual e ainda muito necessário “modo remoto”. Por exemplo, o Museu do Folclore de São José dos Campos, no estado de São Paulo, lançou o e-book educativo Além da Mula Sem Cabeça, instrumento de apoio e reflexão a educadores, professores, pais e alunos na percepção sobre folclore, cultura popular e suas próprias culturas. Na obra, fica claro que o folclore não se resume a mitos e lendas; na verdade, vai muito além disso e diz respeito a todo o saber acumulado ao longo da vida de uma pessoa [1].
Entender o que é folclore parece até mais fácil do que conseguir um conceito formal que o defina adequadamente. Assim, na cabeça de uns, o domínio do que é folclore é tão grande quanto o do que é cultura. Na de outros, exatamente por isso mesmo a definição de folclore sequer deveria existir, sendo melhor chamá-lo de cultura ou, vá lá, cultura popular [2]. Para o célebre Luís da Câmara Cascudo, considerado o maior folclorista nacional, folclore é “a cultura do popular tornada normativa pela tradição”. Mas o próprio Cascudo também já simplificou a definição de folclore como “a sabedoria do povo” [3], talvez a mais curta e completa de todas.
E, como acontece em qualquer manifestação cultural, o folclore é repleto de bichos! Mas, curiosamente, exatamente os insetos, o mais numeroso e impactante grupo animal do planeta, são relativamente pouco representados, em comparação com os vertebrados. Neste espaço, já tivemos a oportunidade de conversar um pouco sobre algumas menções a insetos nas manifestações folclóricas, bem como o quanto elas dizem acerca da nossa sociedade [4]. Mas ainda há muita prosa de inseto para ser contada. Puxa a cadeira mais para perto e vamos lá.
Em seu enciclopédico Dicionário do Folclore Brasileiro [5], Cascudo conta a crendice de que o canto da cigarra (ordem Hemiptera, família Cicadidae) antecede um dia de sol. Pelo menos é assim que se diz no estado do Rio de Janeiro – em outros lugares há variações sobre o mesmo tema. No Nordeste, por exemplo, a melodia das cigarras anuncia chuva para alguns, seca para outros – ou seja, o bonito inseto não é um bom indicador meteorológico. O dicionário de Cascudo nos recorda ainda dos tempos de criança, quando os mais velhos contavam que as cigarras cantam até “estourar” e, como prova, mostravam casquinhas secas e quebradiças.
Sem querer quebrar a magia da abnegação canora das cigarras, a verdade biológica é que as formas imaturas (ninfas) passam seu tempo de desenvolvimento enterradas, alimentando-se nas raízes das plantas. Depois, as ninfas saem da terra e trocam o exoesqueleto (esqueleto externo) pela última vez, passando a ser adultos alados e plenamente desenvolvidos. As cascas vazias (exúvias) são, na verdade, o exoesqueleto descartado no processo de ecdise (“muda”). As cigarras adultas sobem para a copa das árvores e iniciam a cantoria. São os machos que cantam, constituindo verdadeiras serenatas na intenção de atrair as fêmeas. As pessoas, assim, escutam o canto e encontram as casquinhas, concluindo que o menestrel dos insetos cantou até explodir.
Assim como no exemplo acima, grande parte dos causos folclóricos representa tentativas de se entender processos biológicos – comuns para quem é da área do conhecimento em questão, mas desconhecidos para os leigos. Crozariol [6] mencionou isso ao transcrever relatos sobre a suposta transformação de mariposas em beija-flores, que remontam ao século 16 e perduram até hoje. Há um grupo de mariposas, as bruxas-beija-flor (ordem Lepidoptera, família Sphingidae), que não só possui comportamento de forrageamento semelhante ao dos beija-flores, como também apresenta coloração parecida, resultando na confusão. Aves e mariposas compartilham o mesmo recurso e têm aspecto similar, sendo apenas separadas pelo horário.
Em Insetos no Folclore, Lenko & Papavero [7] relatam que, para se saber o sexo de uma criança que está para nascer, segura-se um louva-a-deus (ordem Mantodea) e se dá nele uma soprada. Caso o inseto apenas mova as pernas dianteiras, que são raptoriais (adaptadas à predação), é uma menina; se agitar e tentar saltar sobre a pessoa, o bebê é um menino.
As crendices a seguir são narradas por Nomura [8], na obra Curiosidades Folclóricas sobre Insetos. São um verdadeiro bate-bola de curiosidades ligadas a previsões de sorte e azar, conquista amorosa ou pretensas curas de doenças. Uma ressalva importante é que todas as “receitas” reproduzidas aqui, a título de narrativa cultural, não representam tratamento médico efetivo. Devem, assim, ser consideradas e exaltadas como aquilo que, efetivamente, são: manifestações da cultura popular.
No interior de Pernambuco, quando um rapaz deseja cortejar uma moça, torra uma libélula (ordem Odonata) e a reduz a pó, polvilhando sobre o local onde a amada urinou. Em Santa Catarina, gafanhotos (ordem Orthoptera, família Acrididae) verdes trazem boas notícias, já os de outras cores representam maus presságios. Em Alagoas, um grilo (ordem Orthoptera, família Gryllidae) cantando dentro de casa significa que alguém vai morrer; assim, procura-se matar antes o pobre do grilo. Por outro lado, o chá feito de grilo torrado pode ser dado para as crianças que urinam na cama; o mesmo chá faz com que a criança comece a andar e a falar mais rapidamente. No interior de São Paulo, um grilo preto dentro de casa significa morte; um grilo cantando na cozinha é sinal de miséria. No Ceará, o chá feito com um grilo preto é usado para icterícia.
Para se combater os piolhos (ordem Phthiraptera) das galinhas, deve-se colocar areia nos cantos da casa e repetir três vezes, em voz alta: “Mais areia que imundície!”. Com relação aos piolhos humanos, diz a crendice popular que, ao se catar piolho, não se deve contá-los, pois isso faz com que apareçam ainda mais. No interior de São Paulo, diz-se que para combater a icterícia deve-se colocar três piolhos em um ovo mole e esquentado e dar para o doente. Na Amazônia, piolhos torrados e misturados com minhocas são usados para fazer criança mais rapidamente começar a andar, sendo a mistura boa também para junta dura e paralisia infantil [9]. No Ceará, para se acabar com as pulgas (ordem Siphonaptera) de uma casa, deve-se ir à missa, dizendo “Pulga, vamos para a missa!”. Ao voltar, é necessário que se entre na casa por uma porta diferente da usada na saída ou então, se não tiver outra porta, pulando a janela.
O pó de cochonilhas (ordem Hemiptera, subordem Sternorrhynha), misturado com açúcar, é bom contra cólicas, cálculo renal e sarampo, além de ser diurético. Já o pó das asas de borboletas (ordem Lepidoptera) é tido como causa de cegueira. Na verdade, o pozinho das asas dos lepidópteros é formado por escamas destacadas e não causa cegueira, mas pode irritar bem os olhos. Ainda com relação às borboletas, se uma das brancas entrar na casa significa que alguém dali vai casar.
Tem gente que acha que se um besouro (ordem Coleoptera) entrar em casa trará azar, enquanto que alguns consideram um sinal de que chegarão novidades boas. Caso um besouro bata na vidraça, significa que vai se receber a visita de um amigo. Nomura [8] diz ainda que, ao se misturar casas de “besouros” busca-vida com água, obtém-se uma pasta que deve ser colocada na inflamação da caxumba. Aqui provavelmente houve uma confusão na identificação, pois busca-vida é nome popular associado não a besouros, mas a determinadas vespas (ordem Hymenoptera, superfamília Sphecoidea). Essas vespas, também chamadas minguitas, constroem ninhos de barro, em forma de tubo, que são providos com aranhas, as quais servirão de alimento para sua prole. No interior, acredita-se que a casa onde a minguita constrói ninho é agraciada com boa sorte e sua destruição dá azar – sendo permitido apenas que se retire pequenos fragmentos para formulações medicinais [10].
Seguindo na ordem Hymenoptera, há uma simpatia que diz que para um homem conquistar uma mulher, basta ele tirar três fios de cabelo da amada, passar neles mel ou melado de cana e guardá-los em uma caixinha contendo uma formiga-feiticeira (família Mutyllidae) dentro. À medida que o inseto come os fios de cabelo, a moça vai se apaixonando pelo autor do estratagema. Apesar do nome, as formigas-feiticeiras são mais próximas às vespas.
Ainda no campo das simpatias bizarras, em Alagoas, diz-se que ao adolescente que quer que logo lhe nasça bigode, basta esmagar uma mosca (ordem Diptera) e passá-la acima do lábio. Sobre dípteros, no Rio Grande do Sul é dito que ninguém menos que o Saci, um dos principais personagens folclóricos brasileiros, é quem governava as moscas, mutucas, mosquitos [11].
Até bem pouco tempo, os cupins eram considerados uma ordem à parte, Isoptera, mas recentemente esses insetos de grande importância econômica e ambiental foram incorporados ao grupo das baratas, Blattodea. Sobre os cupins, se diz que quando eles proliferam na parte mais alta do telhado de uma casa é um anúncio da morte do proprietário. No Amapá, como forma de combate a resfriado e gripe, pode-se usar a fumaça preta dos túneis dos cupinzeiros, que são queimados junto com madeira de embira-preta, Rollinia salicifolia (família Annonaceae), servindo como inalador. Já para tosse comprida ou sarampo, tira-se um pedaço de cupinzeiro, que é fervido, coado, adoçado com açúcar, após o que se oferece três colheres de sopa diariamente ao doente. Para se curar asma, pode-se dar cupins em água fervente ao paciente, que não deve saber o que está tomando. Também sobre o cupinzeiro, diz-se na Amazônia que um fragmento da casa dos cupins, misturado a sebo de carneiro, serve para cicatrizar feridas de diabetes [9].
Sobre as baratas, diz uma crendice que se uma delas voa na direção de alguém, essa pessoa logo receberá uma carta ou algum dinheiro. E a presença de baratas dentro de casa indica que alguém ali casará brevemente. O folclorista Andriolli Costa, mestre em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina e doutor em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, conhecido como o Colecionador de Sacis [12], nos relata que a barata, especialmente sob forma de chá, é bastante utilizada na chamada medicina popular, sendo tratamento para uma série de moléstias. Andriolli complementa nos dizendo que o livro Medicina Folclórica, de Josa Magalhães, fala do uso de baratas, especialmente das pernas, no tratamento dos males do intestino. Em outros lugares é mencionado ser possível tratar asma com elas. Na Amazônia, o chá de baratas é considerado um fortificante [9].
O professor Eraldo Medeiros Costa Neto, da Universidade Estadual de Feira de Santana, na Bahia, nos faz uma interessante narrativa sobre o bicho-lixeiro, nome que se dá aos imaturos (larvas) da família Chrysopidae (ordem Neuroptera). Nesse grupo de insetos, tanto larvas quanto adultos têm hábito alimentar preponderantemente predador, sendo importantes no controle de algumas pragas agrícolas [13].
Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal de Alagoas, doutor em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos e uma das maiores autoridades em etnozoologia e etnoentomologia, Eraldo nos narra que, na Bahia, esses insetos recebem o nome de bichinho-da-fartura, devido ao hábito de cobrir o corpo com detritos. Na realidade, essas larvas apresentam cerdas curvas nas costas, às quais elas prendem partículas minúsculas e fragmentos que lhes dão um tipo de camuflagem. São justamente a presença (ou ausência) e o tipo de material fixado às cerdas do bichinho-da-fartura que vão dizer se o tempo futuro será de abundância ou de falta de recursos para algumas pessoas. Ainda segundo Eraldo, o pessoal da roça sabe quando o ano vai ser bom, quando vai ser ruim, quando vai ter fartura. O professor nos reproduz um relato: “Eu achei o bichinho-da-fartura. Ele carrega nas costas aquela trouxinha dessa altura assim ó. Daquilo que vai dar no próximo ano. Mas ele leva a carninha toda nas costas. É engraçadinho mesmo. O bichinho-da-fartura tem vez que ele fica todo alvinho. Aí o povo diz: “Éita!” Para o ano a gente tem muita mandioca, muita farinha, porque o bichinho tá carregado. E aí é uma carninha mesmo. Aí tem vez que o pessoal encontra ele puro: “Éita! Misericórdia!” Aí o pessoal diz que dá certo. É difícil de achar.”
Para Cascudo, de todos os materiais de estudo, o conto popular é justamente o mais amplo e expressivo, embora seja também o menos examinado [2]. Não são tão comuns os contos folclóricos brasileiros em que os insetos estejam como protagonistas ou, pelo menos, com algum destaque. Vamos saudar alguns deles.
Novamente bebendo da fonte do grande folclorista, conta um conto que, certa vez, um homem questionava o fato de Nosso Senhor ter feito muita coisa sem préstimo, considerando ele que há seres perfeitamente dispensáveis. Aliás, cá entre nós, muita gente pensa assim, impregnados que somos pela noção biologicamente errada de que o homem é o centro do universo e aqueles seres que não nos servem, não merecem existir. Voltando ao conto, o tal homem não compreendia a existência da barata, por exemplo. Para que servia uma barata? Para nada! Viveríamos melhor sem as baratas, não é verdade? Dias depois, esse homem começou a sofrer de infecção urinária e não podia verter água. Os doutores não deram solução. Desesperado, foi procurar uma velha que ensinava formulações antigas, meizinhas (remédios caseiros) do povo. A velha ouviu e disse que o doente arranjasse uma barata viva, das grandes. O homem caçou e levou a barata. A velha, sem que ele visse, torrou a barata e a virou em pó, fez um chá bem quente e mandou o homem beber, sem açúcar. Logo depois, começou ele a urinar que não tinha mais conta. Ficou bom. Foi agradecer à velha.
– Sabe qual foi o seu remédio? Não sabe? Foi um chá de barata!
O conto conclui que tudo neste mundo tem sua serventia, sendo apenas questão de oportunidade. Cascudo realça ainda que o chá de barata ou de grilo é uma herança que temos da terapêutica popular portuguesa [14].
No próximo conto, há um inseto como coadjuvante e outro como mera menção. É uma narrativa sobre rapto do fogo, algo tão antigo quanto o próprio homem. Nessa versão, contada pelos parintintins, grupo indígena que habita o sudeste do Amazonas, é o urubu-rei o dono do fogo. Querendo a posse do fogo, os homens recorreram a Bahira, um semideus civilizador das matas. Penalizado dos homens, Bahira armou um plano. Após deitar-se no meio da floresta, fingiu-se de morto e o primeiro ser atraído foi a mosca-varejeira. Logo ela foi levar a notícia ao urubu-rei, que, ao ver o corpo de Bahira, começou a preparar o fogo para assá-lo. Bahira se aproveitou da distração da ave e surrupiou a chama, disparando a fugir.
O urubu-rei, irado, conclamou uma nuvem de urubus que logo se puseram ao encalço do semideus. Sucedeu-se então uma verdadeira corrida de revezamento, com a chama sendo passada entre bichos comparsas de Bahira: cobra-d’água, camarão e saracura. Mas cada um deles não conseguiu segurar a brasa por muito tempo, sucumbindo à ardência. Nesse momento, Bahira avistou o mensageiro ideal: o sapo-cururu. Dizia-se que essa criatura dos brejos tinha o hábito de ingerir brasas, pensando tratar-se de vagalumes (ordem Coleoptera)! Bahira fez o cururu engolir a brasa e o jogou na água. Assim que pulou para a terra, o sapo regurgitou a brasa, entregando-a aos parintintins. Em recompensa, foi premiado com a suprema honra de se tornar pajé da aldeia [15]. O conto tem, assim, interessantes menções à necrofilia (atração por cadáveres) das varejeiras e à bioluminescência dos vagalumes.
Agora vou me valer da bela obra Lendas e Relendas – Aves do Brasil [16], que narra as peripécias de vida do caburé, uma pequena coruja muito valente capaz de desafiar adversários bem maiores, quase que como um Wolverine do mundo das aves. Diz o conto que a coragem que torna a corujinha destemida vem de um amuleto que ela carrega, um talismã, a berupeba. Esse amuleto é uma mosquinha, que fica escondida entre as penas do caburé. O legal desse conto é que realmente há moscas (ordem Diptera) adaptadas à vida em diversas espécies de aves. São da família Hippoboscidae, que compreende moscas hematófagas, ectoparasitas de alguns grupos de aves e mamíferos [17].
Por fim, uma breve explicação pelo uso do termo “estórias” no título desta nossa conversa. “Estória” é palavra pouco utilizada na atualidade, uma vez que “história” pode servir para descrever tanto narrativas reais quanto ficcionais. Dessa forma, para distinguir os dois termos é necessária a análise por meio do contexto de sua utilização [18]. Foi João Guimarães Rosa que começou sistematicamente a falar em estórias em suas obras; para o grande autor, estórias não são apenas invenções literárias, mas, sobretudo, representam relatos do viver de quem não tem palavra, de quem muitas vezes sequer consegue aparecer e marcar sua presença na Terra [19]. Segundo Santos [20], é evidenciado que as narrativas curtas ou estórias, além de reduplicarem alguns dos temas centrais de Grande Sertão: Veredas, demonstram a preocupação de Guimarães Rosa em representar a oralidade e a identidade do povo sertanejo com suas aventuras, dramas e tragédias, permitindo, assim, acreditar que o autor recriou, a partir do vivido e ouvido, muitas destas “estórias”, tornando mais tênue as fronteiras entre real e ficção, e, por conseguinte, entre oralidade e escrita.
Cascudo nos ensina que folclore é a Ciência que possui maior espaço de pesquisa e de aproximação humana, a verdadeira História Normal do Povo [2]. Assim, finalizo a prosa evocando a lembrança das vós, que narram contos aos infantes, muitas vezes à beira da cama, na hora sagrada de criança dormir. Naquele momento mágico, que traz tantas lembranças com sabor de saudade, o que se diz de fato é que elas estão “contando estórias”. E, com isso, contribuindo para a construção da história de cada um. Valorizemos ambos os termos, que são belos na essência e no significado – tendo ou não alguns insetos na narrativa.
Referências
[1] https://www.museudofolclore.org/e-book-educativo
[2] Brandão, Carlos Rodrigues. 1984. O que é Folclore, 4ª edição. Editora Brasiliense.
[3] Cascudo, Luís da Câmara. 1975. Contos Tradicionais do Brasil. Edições de Ouro.
[4] https://faunanews.com.br/2020/10/21/insetos-no-folclore-brasileiro-muitas-narrativas-refletindo-discriminacoes-e-padroes-de-comportamento
[5] Cascudo, Luís da Câmara. 2012. Dicionário do Folclore Brasileiro. 12ª edição. Global Editora.
[6] Crozariol, Marco A. 2018. Que bruxaria é essa? A transformação de mariposas em beija-flores nos relatos antigos sobre a fauna brasileira. A Bruxa 2(4): 1-10. https://www.revistaabruxa.com/volume-2-2018
[7] Lenko, Karol & Papavero, Nelson. 1979. Insetos no Folclore. Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas.
[8] Nomura, Hitoshi. 2001. Curiosidades Folclóricas sobre Insetos. Centro de Estudos da Cultura Popular.
[9] Jacinto, Felipe O. 2018. Bicho, cura e magia! Práticas culturais e conhecimentos tradicionais na reserva extrativista Mapuá (Ilha do Marajó, Pará): uma perspectiva etnozoológica. Dissertação (Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável). Universidade Federal do Pará.
[10] https://www.inctem.bioqmed.ufrj.br/index.php/pt/publicacoes/glossario-entomologico-brasileiro
[11] Lopes Neto, S. 2012. Contos Gauchescos e Lendas do Sul. L&PM Editores.
[12] https://colecionadordesacis.com.br
[13] Freitas, S. & Penny, N. 2012. Neuroptera Linnaeus, 1758. In: Rafael, J.A. et al. (ed.). Insetos do Brasil – Diversidade e taxonomia. Holos, p. 538-546.
[14] Cascudo, Luís da Câmara. 2012. Coisas que o Povo Diz. Global.
[15] Franchini, A.S. 2011. As 100 melhores lendas do folclore brasileiro. L&PM Editores
[16] Straube, Fernando C. & Rosa, Ronald G. 2020. Lendas e Relendas – Aves do Brasil. Anolis Books.
[17] Carvalho, C.J.B. et al. 2012. Diptera Linnaeus, 1758. In: Rafael, J.A. et al. (ed.). Insetos do Brasil – Diversidade e taxonomia. Holos, p. 701-795.
[18] Sarrapio, Fabíola P. 2016. História e Estória na Narrativa de Guimarães Rosa. Memento 7(2): 1-13.
[19] https://www.academia.edu/47742763/Stefano_Valente_Historia_Estoria_A_licao_da_
cultura_de_lingua_portuguesa
[20] Santos, Robson C. 2015. Estória ou História? A dicionarização literária do termo através da concepção de Guimarães Rosa. Memento 6(2): 1-16.
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