Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano: conheça a premiação e os vencedores de 2024

Olá! Estou de volta com um tema um pouco diferente dos que costumo trazer para você aqui na Photo Animal. Neste artigo, vou contar um pouco sobre a premiação Wildlife Photographer of the Year (Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano) ou, abreviadamente, WPY.

O WPY é, provavelmente (e na minha opinião), o maior e mais prestigiado concurso de fotografia de vida selvagem do mundo. Organizado anualmente pelo Museu de História Natural de Londres (Natural History Museum – NHM), tem como seu “grand finale” um belíssimo evento sediado no próprio museu, em que os finalistas de cada categoria são convidados e anunciados como vencedores.

A competição começou em 1965 em uma revista inglesa (Animals, que posteriormente virou a BBC Wildlife), com 361 fotografias. Depois de o concurso se popularizar em nível nacional, o NHM começou a organizá-lo em 1984 e a sua fama só aumentou. Atualmente, mais de 45 mil imagens de fotógrafos do mundo inteiro concorrem a cada ano.

O objetivo central do WPY sempre foi capturar a atenção das pessoas através das lindas imagens selecionadas e engajá-las com a conservação de espécies. Como incentivo, existem premiações em dinheiro de até 10 mil libras para os vencedores, além da entrega de certificados e da viagem para o evento em Londres. Porém, como os próprios organizadores acreditam, os verdadeiros premiados da competição acabam sendo os animais protagonistas das fotos, com toda a atenção recebida.

Além de disputar o título de Wildlife Photographer of the Year (Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano), entregue ao ganhador geral do concurso, é possível concorrer em uma série de categorias. Elas são:

• Animais em seu hábitat
• Retratos de animais
• Comportamento: répteis e anfíbios
• Comportamento: aves
• Comportamento: mamíferos
• Comportamento: invertebrados
• Oceanos: panorama geral
• Zonas húmidas: panorama geral
• Plantas e fungos
• Arte natural
• Fotografia subaquática
• Vida selvagem urbana
• Fotojornalismo

Também existem outras três categorias nas quais você pode concorrer com mais de uma imagem (mínimo 6, máximo 10): Prêmio de Reportagem de Fotojornalismo, Prêmio “Prodígio” (exclusivo para fotógrafos entre 18 e 26 anos) e Portfólio (exclusivo para fotógrafos com 27 anos ou mais). Agora, que tal conhecer os vencedores de 2024 de algumas dessas categorias?

Premiações

Para acabar com a ansiedade de todo mundo, vou começar pelo prêmio principal. O grande vencedor do Wildlife Photographer of the Year de 2024 foi o canadense Shane Gross, com uma foto subaquática de um grupo de girinos em um lago na ilha de Vancouver (Canadá) – foto do alto do artigo. Ele estava mergulhando somente de snorkel e, para evitar que o sedimento se levantasse do fundo e poluísse a imagem, seguiu trilhas abertas por castores nas vitórias-régias. A foto foi escolhida principalmente por mostrar uma cena praticamente nunca vista, além de evidenciar que a vida de cada pequeno girino não é nada simples e insignificante.

Já o prêmio de Young Wildlife Photographer of the Year (Fotógrafo de Vida Selvagem Jovem do Ano) ficou para o alemão de 17 anos Alexis Tinker-Tsavalas. Seu mérito foi conseguir registrar, através da macrofotografia e de um focus stack de 36 fotos, um colêmbolo de frente com uma espécie de fungo, sendo que ambos estavam debaixo de um tronco que o garoto jovem levantou. Os colêmbolos são minúsculos invertebrados de dois milímetros de comprimento que conseguem saltar distâncias gigantes (em relação ao seu tamanho) em milésimos de segundos. Não são nem um pouco fáceis de se observar e muito menos de fotografar, portanto o reconhecimento foi mais do que merecido.

Outro vencedor, este já mais conhecido no universo da fotografia de natureza, foi o fotógrafo da NatGeo Thomas Peschak, na categoria Prêmio de Reportagem de Fotojornalismo. Em sua sequência de imagens escolhida, ele mostrou a interessantíssima relação entre populações ribeirinhas e um animal conhecido da nossa fauna, o boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis). As fotos foram feitas em nosso país mesmo, ao longo do Rio Negro e próximas de Manaus (AM).

Caso queira conferir os vencedores das categorias individuais de 2024, basta acessar a galeria no site do NHM. Se você brincar um pouco com os filtros, também é possível visualizar as premiações de outros anos, além das fotos que não venceram, mas chegaram à final da competição. Além disso, as transmissões dos eventos de premiação estão disponíveis para serem assistidas no canal do Youtube do NHM.

Falando em prêmios anteriores, acho válido lembrar que um renomado fotógrafo brasileiro já conseguiu a proeza de subir nesse pódio. Luciano Candisani venceu a categoria Comportamento: Animais de Sangue Frio em 2012, com uma foto subaquática de um jacaré-do-pantanal (Caiman yacare) em meio a um cardume de peixes, no próprio Pantanal brasileiro.

Abertura das inscrições para a premiação de 2025

Com as premiações de 2024 entregues, as inscrições para o WPY 2025 já foram abertas e estão recebendo imagens até o dia 5 de dezembro de 2024. Para outros países existe uma taxa de inscrição mas, como o Brasil infelizmente está classificado como um país extremamente desigual, nós brasileiros podemos participar gratuitamente, apenas apresentando a documentação necessária.

Acho muito interessante e justa a organização do WPY, principalmente por permitir a participação de qualquer fotógrafo(a) do mundo, seja ele(a) um amador com poucos meses de experiência ou um grande nome já consolidado no mercado. Todos os anos aguardo ansiosamente a premiação final, com vontade de conhecer novos fotógrafos, contemplar lindas e criativas imagens e de ouvir as histórias por trás delas e dos autores.

E você, já conhecia o Wildlife Photographer of the Year? Se inspirou a participar do concurso, estar entre importantes nomes da fotografia de vida selvagem e contribuir com a conservação da natureza? Espero que sim!

Muito obrigado pela leitura e nos encontramos no próximo artigo.

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