
Por Dimas Marques
Editor-chefe
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Um filhote de tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) foi resgatado por policiais militares no sábado após ter sido atropelado, junto com sua mãe, na BR-267, em Nova Alvorada do Sul (MS). A fêmea não sobreviveu.
Uma equipe da PM foi acionada por um motorista que viu o filhote junto ao corpo sem vida da tamanduá-bandeira. O pequeno animal estava com uma das patas feridas. Ele foi levado para o hospital veterinário do Centro Universitário da Grande Dourados (Unigran), em Dourados, onde recebeu atendimento e será encaminhado ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) do governo do estado, em Campo Grande.
As fêmeas de tamanduás-bandeiras carregam os filhotes nas costas, comportamento que acaba protegendo os pequenos animais em casos de atropelamentos.

Tamanduás atropelados
Um levantamento minucioso sobre atropelamentos da fauna silvestre no Mato Grosso do Sul foi realizado pelo Instituto de Conservação de Animais Silvestres (Icas), que monitorou várias vezes algumas estradas e rodovias, percorrendo 85 mil quilômetros de vias entre 2017 e 2020 para o projeto Bandeiras e Rodovias. O resultado do trabalho foi o absurdo número de 12.400 carcaças de animais selvagens localizadas – 761 eram de tamanduás-bandeiras (Myrmecophaga tridactyla), espécie estudada pelo projeto. “Percorríamos 1.300 quilômetros a cada 15 dias. No total, monitoramos cerca de 15% das rodovias pavimentadas do Mato Grosso do Sul”, destacou o zoólogo e presidente do Icas, Arnaud Desbiez.
“Apesar de esse número de animais mortos já ser impactante, a quantidade é ainda maior. Desbiez explica que uma boa parte das carcaças desaparece das vias sem ser contabilizada durante uma campanha de monitoramento. No caso dos tamanduás-bandeiras, a taxa de persistência dos corpos desses animais nas vias é de 25%. “E também temos de levar em conta os animais que são atropelados, conseguem sair da pista e morrem no meio do mato. Esses indivíduos não são localizados pelas equipes”, explicou.
Ainda usando como exemplo os tamanduás-bandeiras, as pesquisas do Icas concluíram que 50% dos animais dessa espécie atropelados em rodovias asfaltadas morrem fora da via. O resultado foi possível durante o monitoramento de mais de 70 tamanduás-bandeiras que receberam aparelhos de localização (telemetria): dos oito que morreram atropelados, seis foram atingidos em vias pavimentadas, sendo que as carcaças de três deles acabaram localizadas longe do asfalto.” – trecho da reportagem “Reduzir atropelamentos de fauna: desafio assumido pelo MS”, publicada pelo Fauna News em 1º de abril
Confira o vídeo sobre atropelamentos de animais silvestres do #VotePorMim, um movimento pela fauna brasileira. #Eleições2022
https://youtu.be/GkCunKlq5Os