EUA: consumo de animais silvestres sem controle

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
01 de fevereiro de 2012
Os Estados Unidos são apontados como os maiores consumidores de animais silvestres do mundo. E, diferentemente do que ocorre aqui, lá a fauna comercializada é exótica – não nativa daquele país.

Veja a que ponto chega o desejo de manter animais silvestres como bichos de estimação:

“Há quatro meses, Jim e Donita Clark fugiram de sua casa no Estado americano da Louisiana e partiram para um local secreto no Texas por medo de que agentes ambientais apreendessem os quatro macacos capuchinhos que vivem com o casal há 10 anos, informa a agência AP. Os Clark estão entre as famílias que passaram a ser visadas recentemente por manter animais silvestres como bichos de estimação.” – texto da matéria “EUA: casal foge de casa para manter macacos de estimação”, publicada em 30 de janeiro de 2012 pelo portal Terra

Jim Clark com um de seus macacos
Foto: AP

Dentre os argumentos de Jim Clark para manter os macacos-capuchinhos (também conhecidos como macacos-prego), destaquei o seguinte:

“Não é justo que eles possam vir até a sua casa e fazer isso com você”.

Agora pergunto: é correto capturar o macaco, que habita a América do Sul, para mantê-lo como bicho de estimação?  Tanto para o animail quanto para o ecossistema. Para Jim Clark, está tudo certo. Errado, para esse veterano de guerra dos anos 60, é o governo dos Estados Unidos começar (tardiamente, diga-se de passagem) a controlar essa farra com animais silvestres.

“Não é por isso que eu lutei… para ser tratado assim”.

O absurdo da ausência de controle nos EUA fica escancarado com esse trecho da matéria:

“Pelo menos seis Estados banem a propriedade de animais silvestres desde 2005, e o Congresso americano estuda enrijecer as leis nacionais. Atualmente, 24 Estados também proíbem a propriedade de primatas de outros 11 requerem permissões especiais.”

Não se esqueça que os Estados Unidos são formados por 50 estados.

Das matas para uma pequena jaula
Foto: AP

Deve-se lembrar que no Brasil o apego por manter animais silvestres em cativeiro, principalmente as aves, é a mesma dos Clark. A diferença é que, em geral, nós aprisionamos bichos da nossa fauna nativa e não importamos (uma estimativa da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, a Rentcas, concluiu que o tráfico retira 38 milhões de bichos da natureza por ano no Brasil).

– Leia a matéria do portal Terra

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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