Biólogo, mestre em Biologia Animal pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). É coordenador do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) Tangará da Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH), em Recife, e coordenador técnico do projeto de reabilitação, soltura e monitoramento de papagaios-verdadeiros intitulado de Projeto Papagaio da Caatinga
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Os centros de triagem e de reabilitação de animais silvestres (Cetras) possuem uma estrutura organizacional de atividades baseada em fatores que nem sempre podemos controlar. Porém, é possível prever o que pode acontecer em determinados períodos com base em ocorrências de anos anteriores e em eventos historicamente registrados.
Os principais fatores sazonais que influenciam as atividades de um Cetras são o período reprodutivo nos biomas mais explorados no tráfico, o período reprodutivo nos grandes centros e o clima no local onde o centro está instalado.
Dentre essas atividades, podemos esmiuçar melhor as questões climáticas locais de cada Cetras. Essa questão é tão fundamental que modifica, inclusive, o manejo dos animais conforme a região onde está locado.
No manejo alimentar, temos todo o processo de acondicionamento de frutas e sementes que precisa passar por avaliações rigorosas para que não estraguem devido à umidade. Esses alimentos, se acometidos por fungos, podem causar sérios danos à saúde dos animais, inclusive mortalidade em massa do plantel.
O manejo de periodicidade do corte e oferecimento dos alimentos também gera grandes efeitos na qualidade de vida dos bichos, pois existe uma facilidade de fermentação de alguns produtos devido ao alto índice de humidade em certos locais. Isso influencia no número de vezes em que são oferecidos certos tipos de alimentos, pois busca-se ofertar uma dieta o mais fresca possíveis para evitar certos patógenos corriqueiros nos períodos de chuvas.
Ainda nesse tema do clima, vamos ter a necessidade de manutenção de recintos para cada situação. No período mais chuvoso, é necessária uma força tarefa para manter os animais com um bom conforto térmico e sem humidade, alagamento ou chuva excessiva dentro dos recintos.
Dessa forma, são necessárias estratégias bem especificas para cada local e suas estruturas físicas para a manutenção de conforto do plantel, para a formulações de cardápios que se adequem aos processos de vencimento dos alimentos perecíveis e, por último, para o armazenamento desses produtos, garantindo uma boa qualidade de grãos e hortifrútis. Essas medidas podem incluir a implementação de câmaras frias, equipamentos de controle da temperatura para períodos específicos e também a periodicidade de entrega desses produtos.
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