Por Dimas Marques
Editor-chefe
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Recentes apreensões de aves silvestres realizadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no trecho mineiro da rodovia BR-116 comprovam o quanto a via é utilizada por traficantes de animais silvestres. A estrada tem sido uma rota que abastece o próprio Estado, bem como a ligação entre Bahia e Rio de Janeiro.
O flagrante mais recente aconteceu na madrugadas de 9 de agosto, em Governador Valadares. Na altura do km 419 da rodovia, policiais rodoviários federais solicitaram que o condutor de um Palio parasse no posto da PRF. A ordem não foi atendida, o que motivou uma perseguição por dois quilômetros.
O Palio, dirigido por Paulo Henrique da Costa, de 50 anos, foi parado e nele havia 424 aves silvestres de nove espécies – 22 estavam mortas. O motorista alegou ter comprado os animais em Cândido Sales (BA) para revendê-los em Magé (RJ). Durante a checagem da identificação do homem, os policiais descobriram que ele havia sido detido na noite de 22 de julho pelo mesmo crime, também na BR-116, mas no município mineiro de Itaobim.
Na época, Paulo Henrique estava acompanhado de Vandique Pereira dos Santos, de 59 anos, em outro Palio, quando foram parados por policiais rodoviários federais. Com a dupla, foram encontrados 137 pássaros de quatro espécies.
Mesmo após ser detido duas vezes, Paulo Henrique permanece solto, conforme determina a legislação. Vandique também está respondendo pelo crime em liberdade.
Canários-da-terra
Em 29 de julho, novamente na altura de Governador Valadares da BR-116, policiais rodoviários federais surpreenderam João de Deus, de 56 anos, transportando em um carro 98 canários-da-terra. Ele teria informado que adquiriu as aves de um homem que as vendia na lateral da estrada, em Frei Inocêncio (MG). Seu objetivo seria comercializá-las em Pirapetinga (MG).
João de Deus, que já foi detido outras vezes pelo mesmo tipo de crime, foi solto após o registro do caso.
Todas as aves apreendidas nas três ocorrências foram entregues para equipes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) de Minas Gerais. Após serem examinadas foram soltas em locais onde há a ocorrência das espécies.