“Era dia 23 de dezembro, a rodoviária estava lotada de gente quando um passageiro carregando um saco de estopa sentou para esperar o próximo ônibus, no terminal rodoviário de Campo Grande. O senhor, de aproximadamente 60 anos, era simples, com as vestes de quem lida com o campo, calos na mão e o jeito ingênuo de falar.
De repente, o saco começou a mexer e uma outra passageira que está sentada ao lado passou a questionar o que tinha dentro do saco. Logo pensou que fosse uma criança, por isso chamou alguém da administração da rodoviária para acionar a polícia. Relutante, o senhor não entendeu a abordagem, mas por fim permitiu que a PM abrisse o saco. Dentro, estava uma jiboia.
O senhor tinha um paiol de milho na chácara, infestado de ratos, achou que levando a cobra que encontrou na estrada poderia controlar a praga. Na cabeça dele, nem passou a ideia da sacola romper ou do possível pânico que isso poderia causar, muito menos o fato de ser crime carregar um animal silvestre para casa.
A história aconteceu mesmo por aqui, estão nos registros da administração da Rodoviária de Campo Grande, assim como tantas outras tentativas de viajar com animais, cena típica de filmes de comédia.
No caso do "homem da cobra", no final o animal foi levado pela Polícia ambiental e, após receber um puxão de orelhas, o senhor pode seguir viagem.” – texto da matéria “Além do cão e do gato, há quem tente embarcar até com cobra na rodoviária”, publicada em 4 de janeiro de 2015 pelo portal Campo Grande News
A história esse senhor na rodoviária de Campo Grande (MS) tem na ignorância sua maior marca. Mas nem sempre é assim. O tráfico de fauna silvestres tem no transporte rodoviário, incluindo os ônibus, seu principal meio de transporte de animais no Brasil. Além dos ônibus, os caminhões e carros particulares também são utilizados pelos bandidos.
Na quase totalidade dos casos, os animais são confinados em grandes quantidades, amontados sem água e comida e com precária circulação de ar. O calor e o barulho excessivo são outros grandes problemas.
Não é raro que, no momento das apreensões, haja bichos mortos, que não suportaram as cruéis condições a que foram submetidos por muitas horas.
Ao suspeitar ou presenciar esse tipo de situação, não hesite. Informe a polícia e peça auxílio. Você pode estar salvando vidas e auxiliando na conservação da fauna brasileira.