
Bióloga, mestra em Ecologia e Recursos Naturais e doutora em Ciências, ambos na área de Educação Ambiental. É cofundadora e educadora ambiental na Fubá Educação Ambiental e atua no grupo Escola da Floresta – Sítio São João e no Instituto de Conservação de Animais Silvestres (Icas)
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Apesar de estarmos no final de abril e, geralmente, o planejamento ser elaborado no começo do ano, ainda estamos compreendendo o novo cenário mundial e as novas necessidades do público e dos parceiros com quem atuamos. Nos primeiros meses de 2022 ainda não tínhamos muita clareza para onde a pandemia ia caminhar. Muitos de nós sequer tinham planejado ações presenciais. Mas uma coisa é certa: fazer um bom planejamento é importante e necessário em qualquer momento do ano.
O conceito de planejamento trata-se de estabelecer prioridades, concentrar esforços e recursos para garantir que a equipe trabalhe na direção aos mesmos objetivos, estabelecendo e avaliando os resultados pretendidos. Planejamento é, portanto, estabelecer o que é o projeto, a quem serve, o que faz e por que faz, pensando sempre num futuro próximo.
Planejar e estruturar as atividades e os projetos de educação ambiental é essencial para que educadoras e educadores tenham compreensão sobre os objetivos e as atividades realizadas. Um bom planejamento precisa levar em consideração a realidade, as demandas e os desejos do público para oferecer conteúdos e atividades que despertem interesse e engajamento.
O ideal é envolver várias áreas e pessoas que possam contribuir de forma objetiva e direta com cada etapa do processo. Mesmo que na sua realidade não exista uma equipe educativa, envolver todas ou o máximo de pessoas da instituição faz toda diferença no resultado. Para isso, considere que cada contribuição é importante e pense em formas que possibilitem as participações, mesmo que não sejam encontros simultâneos.
Para ajudar no planejamento, existem algumas ferramentas de apoio que indicamos. São elas:
– Brainstorm
Uma ferramenta para geração de ideias sobre um assunto definido, podendo ser a resolução de problemas.
– Matriz GUT
Uma ferramenta que auxilia na definição de prioridades, buscando organizar as demandas de acordo com sua gravidade (G), urgência (U) e tendência (T).
– Ciclo PDCA
Também chamado de Ciclo de Deming ou Ciclo de Shewhart, é uma ferramenta que tem como objetivo proporcionar a melhoria contínua por meio de um circuito de quatro ações: planejar, fazer, checar e agir.
– Designer Thinking
É uma forma para desenvolver o planejamento com base na resolução do problema e de modo colaborativo. Nós adoramos esse método e é um dos mais utilizados aqui na Fubá Educação Ambiental.
– Teoria da Mudança
Essa ferramenta tem em mente sempre a visão a longo prazo. Na prática, a Teoria da Mudança apresenta mais transparência sobre o que deve ser colocado em prática para atingir um objetivo maior no futuro.
Agora que você já conhece as principais ferramentas de planejamento, vamos pensar em quatro etapas que não podem faltar:
1 – Diagnóstico
O primeiro passo deve ser a realização de um diagnóstico da realidade com que se pretende trabalhar. É muito importante conhecer os problemas e os potenciais socioambientais daquele contexto e as demandas e expectativas do público para propor algo que faça sentido para aquele espaço e para aquelas pessoas.
2 – Objetivos
Agora é hora de analisar os resultados do diagnóstico e identificar o que aquela comunidade precisa. O que é mais importante para aquele público. Assim, os objetivos do projeto vão atender o que a comunidade quer, precisa e o que as educadoras e educadores acreditam que seja necessário desenvolver.
3 – Atividades
A busca pela coerência sempre será fundamental. É preciso fazer um diagnóstico bem aprofundado, definir objetivos consistentes e, no fim, realizar atividades que ajudem a chegar nesses objetivos. Por isso, conhecer e ter compreensão dos princípios da Educação Ambiental é essencial para definir as atividades.
4 – Avaliação
A avaliação vai ajudar a entender se o que estamos fazendo de fato tem sentido para o público e se está trazendo os resultados esperados. Com essas respostas é possível aplicar a melhoria contínua no trabalho
Os indicadores de avaliação podem ser feitos de forma mais fluida, ao longo do processo educativo, ou mais sistematizada – o que seria ideal. Em muitos casos, essa etapa é deixada de lado por falta de tempo. Mas é fundamental que a equipe tenha momentos específicos para a avaliação e que se sinta motivada a buscar melhorias e replanejar o que não faz mais sentido.
Que tal começar a planejar agora mesmo suas atividades de educação ambiental?
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