Por Geovanna Dela Ricci¹ e Andréia Nasser Figueiredo²
¹Graduanda em Gestão e Análise Ambiental na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). É estagiária na área de educação ambiental na Fubá Educação Ambiental
²Bióloga, mestra em Ecologia e Recursos Naturais e doutora em Ciências, ambos na área de Educação Ambiental. É cofundadora e educadora ambiental na Fubá Educação Ambiental e atua no grupo Escola da Floresta – Sítio São João e no Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS)
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Sabemos que o surgimento de novos produtos todos os dias tem sua justificativa na lógica capitalista do gerar a intensificação do consumo, do despertar a necessidade dos consumidores de adquirir produtos que não necessariamente precisam, mas que de alguma forma geram um bem-estar com a compra. As datas comemorativas como o Natal despertam ainda mais esse sentimento de consumo.
Alguns fatores são bem importantes para alimentar essa falsa necessidade, como a propaganda e toda a estratégia de marketing voltada para a venda, além da menor qualidade e durabilidade dos produtos ofertados no mercado. A sensação que temos é que o produto em nossas mãos já não serve para a função que ele executa, mesmo quando acabamos de sair da loja com ele.
O aumento do consumo está diretamente relacionado às questões ambientais mais urgentes da atualidade. A intensificação da produção provoca a intensificação do uso de recursos naturais, tanto renováveis quanto não renováveis. O esgotamento dos recursos, principalmente os não renováveis, trata-se de uma problemática já bastante alertada pela comunidade científica e por ativistas e que implica em uma série de consequências para o planeta.
Além disso, na outra ponta do problema está a excessiva geração de resíduos. Ainda não há muitas políticas para a destinação correta de resíduos em diversos países, tornando a questão um problema, uma vez que tal descarte está intimamente relacionado a problemas ambientais que atingem a biota, o solo, o ar e a água. As políticas nacionais sobre resíduos, a ideia da logística reversa, a própria política dos 3Rs (reduzir, reutilizar e reciclar) e os acordos políticos mundiais envolvendo as questões dos resíduos ainda são insuficientes para sanar a montanha de materiais acumulados por essa lógica capitalista.
Dicas para as compras
Neste contexto, as mudanças são fundamentais e a discussão em relação ao consumo precisa ser feita de maneira mais efetiva. Fazer escolhas sustentáveis se tornará cada vez mais necessário. Mas como fazer essas escolhas? Nossas dicas são
– Diminua o consumo. Reconsidere suas escolhas e adote o pensamento: “será que eu preciso mesmo disso ou só estou comprando por impulso?”
– Consuma produtos que utilizem menos embalagens ou que tenham embalagens com materiais compostáveis ou que sejam de fato recicláveis na sua região. Vale também ver se há na embalagem selos que indicam a preocupação com meio ambiente e com a destinação do resíduo gerado (como os selos de logística reversa)
– Priorize produtos vindos de pequenas ou pequenos produtoras e produtores. Eles geram menos impactos relacionados aos resíduos, além de contribuir com a geração de renda local
– Prefira produtos de melhor qualidade e que durem mais. O barato sempre sai caro se pesarmos nos custos socioambientais envolvidos na produção.
– Última dica: compre produtos que ajudem a conservação da biodiversidade. Vários projetos têm produtos associados ou formas de doação direta. Ótimo para contribuir diretamente com quem está na ponta fazendo pesquisa e ações educativas para a conservação.
Para contribuir com essa questão, a Fubá Educação Ambiental elaborou um guia de compras do bem, com links e dicas de estabelecimentos que promovem um consumo mais sustentável.
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