
A melhor forma de combater o tráfico de fauna e a criação de animais silvestres como bichos de estimação é pela conscientização. Essa forma é demorada, mas eficiente e permanente. Enquanto boa parte da população encarar como um traço cultural ou uma forma de se aproximar da natureza a manutenção de aves em gaiolas e poleiros ou pequenos primatas em correntes, por exemplo, o problema persistirá.
Enquanto isso não acontece, 38 milhões de animais silvestres são retirados da natureza no Brasil todos os anos para abastecer o mercado negro de fauna – dado de 2001 da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas).
Quando resolve tocar no problema, o poder público o faz, geralmente, por meio de fiscalização e repressão. Coibir com ação policial e multas é necessário, mas não resolve. Há alguns lampejos de lucidez em alguns gestores públicos, como no caso de Itajaí (SC).
“Entregar animais silvestres voluntariamente à Fundação do Meio Ambiente de Itajaí (Famai) elimina multas e punições para quem cria espécies em cativeiros ilegais. A informação foi divulgada pela própria instituição, que quer conscientizar a população e incentivar a entrega voluntária. A determinação de não punir quem entrega um animal voluntariamente está no Artigo 2 4, parágrafo cinco, do Decreto nº 6514/08 do Governo Federal.
O diretor de Defesa Animal da Famai, Roberto Pereira, ressalta que o número de denúncias sobre aves mantidas em cativeiro de forma ilegal na cidade é grande. As principais espécies detidas por criminosos são trinca-ferros, sabiás, coleiros, tico-ticos, bicos de pimenta, entre outros. “Em caso de confirmação, os pássaros são resgatados e as pessoas envolvidas neste crime ambiental notificadas e multados e notificados”, ressalta.” – texto da matéria “Famai alerta para entrega voluntária de animais silvestres à instituição de Itajaí”, publicada em 27 de outubro de 2014 pelo portal Notícias do Dia (SC)
Melhor seria se a Famai investisse em educar para evitar a captura e coleta dos animais. Depois que os bichos estão em poder dos humanos, mesmo que apreendidos pelo órgão ambiental, seu retorno para a vida livre é, quando possível e quando há investimentos nesse processo, muito demorado geralmente.
O incentivo à entrega voluntária é correto e a ação da Famai é louvável. Mas que tal melhorar o trabalho e acertar de vez o foco do trabalho educativo? Fica a dica.
– Leia a matéria completa do Notícias do Dia