Conheça o tambaqui, o gigante semeador

Nomes populares: tambaqui, pacu-vermelho
Nome científico: Colossoma macropomum
Estado de conservação: Não consta na Lista Vermelha da IUCN

Considerado o segundo maior peixe de água doce do rio Amazonas, o tambaqui é encontrado, principalmente, nas bacias desse rio e do Orinoco, onde habita matas inundadas, na época das cheias.

É neste hábitat que ele se alimenta, principalmente de sementes das árvores submersas, contribuindo para sua dispersão.

Tambaquis são peixes arredondados, de grande porte, que podem alcançar mais de 90 centímetros e pesar mais de 30 quilos.

Apresentam a metade inferior do corpo preta, enquanto a superior é parda, podendo haver variações. Os filhotes (alevinos) têm coloração cinza claro, com manchas escuras na parte superior do corpo.

Seus dentes são fortes e robustos, muito eficientes na quebra de castanhas e sementes de palmeiras, entre outras. Além de sementes, esses peixes alimentam-se de frutos, folhas, brotos,  pequenos peixes, ovos de outras espécies, alguns invertebrados, etc.

Os adultos realizam migrações em busca de alimento (os jovens permanecem em lagoas de várzea onde se alimentam, basicamente, de zooplâncton) e para reprodução (piracema). Durante a época de desova, realizada em águas barrentas após o período das cheias, não se alimentam, nutrindo-se através da gordura acumulada em seu organismo. A fecundação é externa e não há cuidado parental.

Dispersor de sementes

Os tambaquis exercem um papel muito importante na manutenção e regeneração das florestas alagadas que estão em sua rota de migração. Durante o período de cheias, formam-se verdadeiras “estradas” de água doce, por onde esses animais circulam, dispersando sementes resultantes de seu processo de alimentação, o que permite um aumento na variabilidade genética das florestas alagadas presentes ao longo da bacia.

Infelizmente, esse processo encontra-se em perigo.

O aumento da população e a consequente urbanização de algumas regiões levam à redução das áreas de vida silvestre, o que, aliado à diminuição das populações de peixes responsáveis pela dispersão de sementes, ameaça o equilíbrio do ecossistema.

Tambaquis são muito apreciados na alimentação humana e, devido à sobrepesca, não se encontram mais animais tão grandes como antigamente, quando podiam chegar a 45 quilos!

Uma alternativa para o consumo seria a criação desses animais em cativeiro. Entretanto, a preferência dos animais selvagens por frutos, contribui para seu sabor diferenciado, o que faz com que os consumidores prefiram esses últimos aos primeiros.

Caso a pesca continue a ser realizada em excesso, teremos cada vez menos “semeadores”, o que colocará em risco a regeneração e manutenção das florestas alagadas.

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