“Um espaço projetado especialmente para pesquisas e proteção da fauna é a novidade da Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Trata-se do primeiro Centro de Conservação da Fauna Silvestre do Estado de São Paulo (CECFAU). O local, que será inaugurado sexta-feira, 19, abrigará inicialmente cinco espécies de animais ameaçadas de extinção: mico-leão-preto, mico-leão-dourado, mico-leão-da-cara-dourada e tamanduá-bandeira, além da arara-azul-de-lear, cujo nascimento do primeiro filhote em cativeiro no Hemisfério Sul ocorreu em abril no Zoo.
O principal objetivo do CECFAU é promover, por meio de pesquisas e programas integrados, a conservação da fauna silvestre "in situ", no próprio ambiente onde ocorrem, e "ex situ", fora do ambiente natural, como aconteceu com a arara-azul-de-lear, espécie endêmica da região norte da Bahia. A unidade também desenvolverá estratégias destinadas à manutenção de espécies cativas geneticamente viáveis para programas de reintrodução e reforço das populações na natureza.
Com investimento de R$ 4 milhões, o centro conta com um espaço de 80 mil m² em Araçoiaba da Serra e terá áreas de apoio técnico e de alimentação animal, espaços administrativos e operacionais e um complexo de recintos que, inicialmente, alojará algumas espécies de tamanduás, pequenos primatas e arara-azul-de-lear.” – texto da matéria de divulgação “Zoo SP terá centro de conservação da fauna silvestre”, publicada em 17 de junho de 205 pelo portal do Governo do Estado de São Paulo
Que o novo e já inaugurado CECFAU prospere e o investimento inicial de R$ 4 milhões (inicial porque a manutenção desse tipo de centro não deve ser barata) seja revertido em conhecimento de qualidade. As espécies inicialmente estudadas são vítimas, principalmente, da destruição de seus habitat, do tráfico de fauna e de atropelamentos e impactos gerados por rodovias.
É importante que tais programas de reprodução desses animais para o revigoramento de populações ameaçadas e até a reintrodução em áreas onde já estejam extintas seja um trabalho perene, sem sofrer com oscilações de investimentos em pesquisa que ocorrem em todos os institutos do governo paulista (Instituto Florestal, Instituo de Botânica, Instituto Geológico e tantos outros).
É importante que os poucos investimentos feitos na conservação da fauna silvestre “funcionem”. O governo do Estado de São Paulo tem um péssimo exemplo em sua história recente quando lançou um plano para a implantação de 18 centros de manejo de animais silvestres e que culminou na inauguração do já fechado CEMAS (Centro de Estudos e Manejo de Animais Silvestres) no Parque Estadual Alberto Löfgren, na zona note da cidade de São Paulo.
O tal CEMAS foi inaugurado em 2002 e desativado em meio a um turbilhão de denúncias de envolvimento de funcionários e colaboradores com tráfico de fauna (o desaparecimento de 101 animais e a existência de 72 bichos sem registro).
“Dos 1.490,33 m² de área construída, 354 m² são de área hospitalar, 172 m² de quarentenário, 160 m² de internação médica e 206 m² do setor nutrição, havendo ainda um projeto que prevê, também, áreas de reabilitação e adaptação. A instalação tem capacidade para atender a cerca de 4.600 animais por ano. O centro de treinamento, com 257 m², tem condições de oferecer treinamento para 50 pessoas, por meio de cursos, eventos e palestras.
O custo das edificações que compõem o CEMAS foi de R$ 1.281.486,94. Esse recurso se originou de compensações ambientais de empreendimentos da Ecovias e da Companhia Paulista de Força e Luz – CPFL, além de uma parceria com a Petrobras.” – texto da matéria de divulgação da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo que não está mais no ar
Foi dinheiro jogado fora!
Vamos mudar essa história. Vida longa e próspera ao CECFAU!
– Leia a matéria de divulgação do CECFAU no portal do governo paulista
– Leia a matéria da Folha de S. Paulo que relembra o caso de tráfico de animais no CEMAS