
Por Dimas Marques
Editor-chefe
dimasmarques@faunanews.com.br
“O Comando de Policiamento Ambiental da Polícia Militar do Amazonas, por meio do Batalhão de Policiamento Ambiental, na manhã desta terça-feira (19/05/2020), por volta das 03:00 h da madrugada realizou a apreensão de pescado de procedência ilegal e carne de animais silvestres. A abordagem foi realizada na balsa do peixe, Zona Sul de Manaus. Durante a fiscalização ambiental, foi localizado aproximadamente 2.500 kg (Dois mil e quinhentos quilos) de Pirarucu (Arapaima gigas), além de 300 kg (trezentos quilogramas) de carne de Animais Silvestres. Todo material estava armazenado no interior de 2 embarcações.” – texto do post “Equipe da Polícia Militar por meio do CPAmb/BPAmb apreende pescado ilegal e carne de animais silvestre”, publicado na página do Batalhão de Policiamento Ambiental do Amazonas no Facebook em 19 de maio de 2020
O portal G1, em matéria sobre esse caso, informou que os peixes e a carne dos animais seriam vendidos em feiras de Manaus. A conclusão é óbvia: o consumo de carne de caça ainda é muito alto na região. E não é por falta de oferta de carne de boi ou frango, por exemplo. Afinal, estamos tratando de um fato ocorrido na capital do Amazonas, uma área urbana com mais de dois milhões de habitantes.

A carne de animais silvestres é consumida como uma iguaria pela população. Para muitos, esse hábito tem raízes culturais, relacionadas a um tempo em que a floresta era a responsável pelo fornecimento da proteína animal.
Em uma busca rápida pela internet, é possível verificar que as apreensões de grandes quantidades de peixe ilegal e de animais silvestres abatidos é constante na chamada feira da Panair, onde aconteceu a ação policial de terça-feira. São muitas toneladas.
Ou seja, a repressão não está funcionando. A frequência da ação policial pode não ser a ideal ou é a legislação fraca, que não pune severamente os infratores (ninguém paga multa ou fica preso). O mais provável é que seja a combinação dos dois fatores.
Já passou do momento de o poder público fiscalizar fortemente essas feiras e restaurantes que compram essa carne, bem como realizar ações de conscientização da população sobre o impacto que a caça e a pesca ilegal têm sobre a biodiversidade e os riscos à saúde humana do consumo dessas carnes. A pandemia de Covid-19, resultado do consumo de animais silvestres na China, que não me deixa mentir.