Análise de Dimas Marques
Editor-chefe
dimasmarques@faunanews.com.br
“São Paulo – Na noite da última quinta-feira (7), uma aeronave da Latam atropelou uma capivara, em Guarulhos, durante o processo de decolagem. De acordo com informações repassadas pela frequência de controle de tráfego aéreo, por volta das 23h20, o Airbus A320 com destino a João Pessoa, na Paraíba, atingiu o animal.
Após o acidente, o avião teve que retornar para o aeroporto em um pouso de emergência. Este momento foi registrado pelo canal SBGR do Youtube, que desde a virada do ano tem realizado transmissões ao vivo e contínuas do Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Depois de atropelar a capivara, os pilotos subiram a até 9 mil pés (2.740 metros) de altitude e realizaram uma série de órbitas sobre São José dos Campos enquanto aguardavam a autorização para o pouso, a fim de queimar combustível. A aterrissagem foi feita sem nenhum problema.
Os bombeiros do aeroporto escoltaram a aeronave até o ponto de parada, onde o jato ficou por mais de 30 minutos para inspeção. Depois, o avião foi rebocado ao terminal para desembarque dos passageiros. A pista ficou interditada por quase uma hora para vistoria e limpeza e alguns voos fizeram órbita de espera, mas nenhum foi desviado.” – texto da matéria “Capivara é atropelada por avião durante decolagem”, publicada em 8 de janeiro de 2021 pelo site do jornal Meia Hora.
O voo LA-3408 contava com 136 passageiros e sete tripulantes. Por conta da velocidade no momento do impacto com a capivara, o avião continuou o processo de decolagem e pousou novamente em Guarulhos 65 minutos depois. Ninguém se machucou e a aeronave sofreu avarias pequenas.
A gestão da fauna silvestre nos aeroportos e áreas vizinhas são uma preocupação constante. Geralmente, imagina-se que o problema de colisões entre aviões e animais está restrito aos impactos com aves. Mas não é bem assim.
Muitos aeroportos acabam construídos em regiões menos urbanizadas ou mantêm áreas com vegetação no seu entorno, o que acaba abrigando animais silvestres. Por isso, os gestores responsáveis pela segurança dos processos de decolagem e aterrisagem procuram mapear todas as fontes potenciais de atração de animais. O próprio Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (SP), foi construído em uma região pouco habitada na época de sua inauguração, em 1985.
O incidente com a capivara não gerou vítimas humanas. O animal morreu e houve prejuízos econômicos. Espera-se que os responsáveis pela gestão de riscos do aeroporto leve em consideração ocorrido para que outros animais não sofram e a segurança dos passageiros e tripulantes seja garantida. Os veículos de comunicação que noticiaram o caso não apuraram o tamanho da população de capivaras na região e o que é feito nesse aeroporto para evitar acidentes com esses e outros animais.