Por Juliana Summa
Bióloga, diretora da Divisão da Fauna Silvestre da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo, responsável pela gestão do Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres (Cemacas).
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Entre os meses de agosto e dezembro, o Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres (Cemacas) da Divisão da Fauna Silvestre da prefeitura de São Paulo recebe centenas de animais. Essa afluência não é nada muito diferente da observada em outros centros de triagem e de reabilitação (Cetras) nessa época, que coincide com o período reprodutivo da maioria das espécies silvestres.
Dessa forma, é nesse período que o Cemacas acolhe uma quantidade enorme de gambás-de-orelha-preta “invadindo” residências; de filhotes de sabiá, bem-te-vi e periquito-rico aprendendo a voar entre as vias públicas e movimentadas; de urubus, com ninhos no topo de edifícios ou em varandas gourmet; além de ninhegos de andorinhas e andorinhões-do-temporal despencando de telhados e chaminés.
Orientação por WhatsApp
Entretanto, grande parte dos animais recebidos não necessita assistência veterinária ou resgate e poderia continuar onde é encontrada se a população fosse mais sensibilizada para a convivência com a fauna urbana. A retirada desnecessária de filhotes que se achavam sob os cuidados dos pais, de jovens conquistando seu espaço e de adultos em deslocamento pela cidade superlota o Cemacas e reduz a possibilidade de atendimento aos animais que realmente precisam de cuidados.
Diante dessa problemática, para atender aos anseios do munícipe paulistano e proporcionar a melhor solução para o animal, foi instituído um canal direto de atendimento, via WhatsApp (11 95220-0219)
O serviço, além de fornecer assistência ao animal, também é um momento para educar, ensinar e informar a população sobre as mais de mil espécies silvestres do município. Somente este ano, foram mais de 10 mil atendimentos, que permitiram evitar a entrada desnecessária de parte desses animais no centro.
O conhecimento e a informação proporcionados por esse modo de atendimento permitem que o munícipe participe ativamente do destino do animal, reduzindo assim os riscos inerentes ao manejo desnecessário, como, imprinting (primeira etapa de aprendizagem do filhote, quando ele adquire comportamentos com a mãe ou animal que o cria), lesões por contenção inadequada e morte.
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