Bióloga, mestra em Zoologia pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro e professora nas redes estadual e particular do Rio de Janeiro.
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Nome popular: jabuti-machado
Nome científico: Platemys platycephala
Estado de conservação: não consta na lista vermelha da IUCN e “pouco preocupante” na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Se você estiver passeando pela floresta Amazônica e, de repente, encontrar o animalzinho da foto, observe bem os detalhes. A princípio, parece tratar-se de uma tartaruga, mas pelo modo como retrai o pescoço lateralmente e pela carapaça bem achatada, além das membranas entre os dedos, não resta a menor dúvida que é um cágado. Porém… Apesar dessas características e da certeza da sua identificação, descobre que o animal é conhecido na área como “jabuti-machado”.
Coisas de nome popular.
Mas que outras curiosidades nos reserva esse habitante amazônico, que se distribui por diversos países componentes da região amazônica, incluindo o Brasil, onde ocorre nos estados do Amazonas, Pará, Acre, Roraima, Rondônia, Amapá, Mato Grosso e Maranhão? Vamos lá!
De pequeno porte (os machos alcançam 18 centímetros de comprimento e as fêmeas 17 centímetros), o jabuti-machado apresenta um sulco no centro da carapaça, limitado por duas quilhas, além de uma grande mancha, também central, na cabeça. Sua coloração escura permite que se camufle no solo da floresta.
São animais semiaquáticos e noturnos, vivendo em poças temporárias na floresta. Também podem ser encontrados em pântanos. Esses habitat costumam ser rasos, uma vez que o jabuti-machado não é um bom nadador, passando grande parte do tempo procurando alimento em terra.
Ao contrário da maioria dos quelônios, que colocam grande número de ovos, sua postura restringe-se a um grande ovo, que não é enterrado como ocorre com outras espécies e sim posto no solo, coberto com folhas ou diretamente entre elas.
Quando jovens, são carnívoros, adotando a onivoria na fase adulta. Eles têm preferência por alimentos de origem animal, como girinos, peixes, ovos de anfíbios e diversos tipos de invertebrados, por exemplo.
Mesmo não sendo muito explorada localmente, devido a seu tamanho e capacidade de camuflagem, a espécie tem sido utilizada como animal de estimação, inclusive em países da Europa. Mas a maior ameaça a esses animais, embora seu estado seja considerado menos preocupante, é o desmatamento.
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