Análise de Dimas Marques
Editor-chefe
dimasmarques@faunanews.com.br
“Uma baleia-jubarte foi avistada morta no mar em Florianópolis nesta quarta-feira (26). Segundo a equipe de monitoramento de praias, ela estava com materiais de rede de pesca presos ao corpo.
O animal foi avistado boiando na água próximo à praia da Galheta, no Leste da Ilha. A expectativa é que a baleia encalhe nos próximos dias e, assim, o corpo poderá ser recolhido pela equipe R3 Animal, que integra o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).
Na última semana, duas baleias-jubarte foram avistadas também com redes presas ao corpo, mas, segundo as equipes que monitoram a situação, ainda não é possível saber se o mamífero que morreu seria um dos animais avistados.
Segundo Karina Groch, bióloga e coordenadora do Instituto Australis, apenas após o encalhe será possível ter certeza, mas a suspeita é que seja uma terceira baleia.
“Importante ressaltar que todo o grupo de desemalhe está fazendo um trabalho sério e o melhor que pode para ajudar essas baleias”, afirma.
Até as 20h desta quarta, ainda não se sabia há quanto tempo ela pode ter morrido, nem era possível determinar a causa da morte. Além da R3 animal, a equipe do Protocolo de Encalhes e Emalhes da Área de Proteção Ambiental da Baleia-Franca/ICMBio (APABF) acompanha a situação.” – trecho da matéria “Baleia é encontrada morta em Florianópolis com material de pesca preso ao corpo”, publicada em 26 de maio de 2021 pelo portal G1
A maior parte da superfície da Terra é coberta por água. Os oceanos são o grande habitat de seres vivos do planeta. E uma criatura de fora dos mares, que vive na menor porção do globo, está fazendo de tudo para tornar os mares inabitáveis. Essa criatura somos nós, os seres humanos.
A poluição que produzimos nos continentes é despejada diretamente no mar ou em rios, que desaguam no mar. Resíduos sólidos resultantes de nosso consumismo desenfreado, grande parte composto por plástico, já forma ilhas gigantescas que boiam e intoxicam uma quantidade incalculável de animais.
A indústria da pesca empobrece a biodiversidade dos oceanos. Não só pela retirada dos peixes, crustáceos e moluscos que consumimos, mas também pelas técnicas que usa, como o arrasto de fundo, em que redes gigantescas capturam tudo o que podem e destroem tudo por onde passam. E, para piorar, essa atividade econômica ainda deixa toneladas de redes e cordas que acabam enroscadas em peixes, tartarugas, golfinhos e baleias, levando à morte muitos.
Eis mais uma jubarte que provavelmente matamos.
Mostramos que não merecemos o belo planeta em que vivemos e que não sabemos conviver com as outras formas de vida que coexistem conosco. Não estamos eliminando exclusivamente outras espécies. Estamos construindo o fim da nossa própria existência.
Vamos continuar seguindo neste caminho?