Nem todo bandido é igual. Apesar do mal que praticam, há os que se diferenciam da grande maioria. E, às vezes, se diferenciam tentando praticar o bem…
É o caso de um dos ladrões que participou do assalto a uma agência bancária em Conde (BA).
“O assalto que movimentou a imprensa nacional no início desta semana guardou momentos inusitados durante ação da quadrilha que assaltou o Banco do Brasil na cidade do Conde. Um dos membros teve tempo de sobra até para ordenar a libertação de um passarinho. O momento exato pode ser visto em mais uma das dezenas de vídeos sobre o ocorrido publicado no Youtube.
O fato aconteceu no momento em que alguns saqueavam os cofres do branco, do lado de fora um dos membros que faziam a guarda e organizam o escudo humano formado por moradores pediu para que um dos reféns libertasse um passarinho que estava numa gaiola pendurado numa antiga árvore nas imediações da instituição financeira.
Sem esboçar nenhuma má vontade (o que era de se esperar), o morador simplesmente abre a gaiola com alguma dificuldade e libera a pequena ave. Após isso, é ordenado a voltar para a fila. Minutos depois mais tiros são ouvidos.” – texto da matéria “Assaltante mandou morador libertar passarinho durante assalto no Conde”, publicada em 5 de junho de 2015 pelo site Esplanada News (BA)
Apesar da boa intenção do bandido, a atitude é errada. Todo animal silvestre em cativeiro, para ser solto na natureza, tem de passar por exames e um período de readaptação. Somente se estiver livre de doenças (o que lhe dá mais chance de sobreviver e evita contaminar outros animais) e responder positivamente aos trabalhos de fortificação muscular, capacitação para se alimentar sozinho e se abrigar, além de uma série de outras exigências, é que o bicho pode ser solto em áreas onde ocorre naturalmente.
Não se deve libertar animais silvestres sem todo esse trabalho e, sobretudo, em ambientes onde eles não são nativos. A introdução de espécies em ecossistemas pode gerar grandes desequilíbrios, com a possibilidade de ocorrer a extinções.
Nem sempre a boa intenção é suficiente para que o ato seja realmente bom.
Assista ao vídeo da soltura da ave durante o assalto em Conde: