Por Geovanna Dela Ricci¹ e Andréia Nasser Figueiredo²
¹Graduanda em Gestão e Análise Ambiental na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). É estagiária na área de educação ambiental na Fubá Educação Ambiental
²Bióloga, mestra em Ecologia e Recursos Naturais e doutora em Ciências, ambos na área de Educação Ambiental. É cofundadora e educadora ambiental na Fubá Educação Ambiental e atua no grupo Escola da Floresta – Sítio São João e no Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS)
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As áreas verdes urbanas têm o potencial de serem espaços de contemplação, recreação e relaxamento, dependendo, dentre outros fatores, do contexto que em estão inseridas. Praças, parques urbanos, bosques, jardins botânicos e zoológicos são exemplos famosos dessas áreas.
Além da importância ambiental que a presença de áreas verdes urbanas exercem para a biodiversidade, podendo ser desde refúgios para fauna até trampolins ecológicos que permitem a travessia entre fragmentos vegetais maiores, existem inúmeros benefícios para os próprios seres humanos. Seja no auxílio na regulação do microclima das cidades ou nos mais diversos serviços ambientais que elas oferecem, vale sempre ressaltar que as áreas verdes urbanas possuem importantes funções estéticas e sociais, podendo se tornar um espaço com grande potencial educativo.
Essas áreas possibilitam explorar uma série de elementos que dificilmente encontramos em outros lugares e permitem que as atividades educativas de imersão ou sensoriais possam ser mais exploradas. Além disso, permitem promover atividades ou propostas de ações educativas contextualizadas, ou seja, focadas no contexto histórico-social e no público que frequenta o local.
Esse planejamento é fundamental para o pertencimento e para que esse público possa se engajar em prol desses espaços tão importantes para o bem-estar humano e de toda biodiversidade. Outro fator relevante e extremamente positivo é que grande parte das áreas verdes urbanas possuem fácil acesso e estão abertas ao público, tornando o potencial das atividades maior.
Planejamento é fundamental
Cada área verde urbana possui potenciais diferentes, por isso, como em qualquer outra atividade educativa, um bom diagnóstico socioambiental deve ser realizado. Vale o esforço desse levantamento inicial para evitar frustrações e retrabalhos. Quanto mais informações desses espaços, melhor para escolher qual ação será mais adequada. A execução de atividades, como as de interpretação ambiental, pode ser bem positiva e trazer ao público reflexões sobre o meio, além de auxiliar no processo de sensibilização ambiental, que é de suma importância para a formação de valores que gerem, de fato, as mudanças de atitude e de hábitos. Mas, quando não bem planejadas, as atividades de interpretação podem causar o inverso.
A mesma situação ocorre quando usamos as áreas verdes para trabalhar a conservação da biodiversidade urbana. Existe um enorme potencial de promover o contato mais próximo do público com a fauna e flora e, de certa forma, sensibilizá-lo para um olhar mais crítico e consciente sobre a importância da sua conservação. A observação de aves, por exemplo, pode ser utilizada com esse intuito, principalmente se tratando de espécies ameaçadas de extinção. Em uma trilha em um bosque urbano, por exemplo, é possível trabalhar a trilha dos sentidos e explorar o ambiente com os próprios elementos da flora ali presentes.
Gerar uma conexão do público com o local nem sempre é tão simples quanto parece. Para ampliar a visão dos usuários de espaços verdes urbanos e gerar oportunidades para pessoas que não vão a esses locais é bem desafiador e ao mesmo tempo encantador.
E você, já parou para pensar sobre o potencial educativo que as áreas verdes próximas à sua casa têm e como você pode utilizá-las?
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