Áreas protegidas marinhas: a evolução do que foi pouco implantado

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
21 de fevereiro de 2012
A importância da implantação de unidades de conservação para a proteção de espécies ameaçadas da fauna e da flora, além de paisagens, não se discute mais. É fato. Tanto que o Protocolo de Nagoya da 10ª Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, realizada em 2010 no Japão, apresenta como diretriz para os 190 países signatários o aumento das áreas terrestres protegidas (unidades de conservação) dos 12% atuais para 17%. O mesmo cuidado deve ser aplicado nos ecossistemas marinhos: as áreas protegidas deverão passar de 1% para 10%. Tudo no período de 2011 a 2020.

Vou destacar as áreas protegidas marinhas: a intenção é ampliar de 1% para 10%! E isso nos atuais parâmetros de implantação de unidades de conservação fixas, isto é, com perímetro sempre em um mesmo local.

Mas a evolução na proteção não está restrita ao aumento da quantidade de áreas protegidas marinhas, como o Parque Nacional (Parna) Marinho de Fernando de Noronha.

Praia do Atalaia, no Parna Marinho de Fernando de Noronha
Foto: Daniela Passos

“Cientistas americanos afirmam que as áreas de preservação dos oceanos, onde caça e pesca não são permitidas, precisam ser móveis para proteger as espécies marinhas.

A ideia de que apenas áreas fixas de preservação no oceano podem ser criadas está ultrapassada e não reflete o comportamento dinâmico de algumas criaturas marinhas, segundo os cientistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.” – texto da matéria “Reservas naturais itinerantes podem salvar espécies marinhas de extinção, diz estudo”, publicada pelo portal G1 em 20 de fevereiro de 2012

A ousada ideia se baseia na lógica de que a fauna marinha segue caminhos e correntes que se movem com as estações, do verão ao inverno, de ano a ano, baseados em mudanças climáticas oceanográficas como o El Niño. Os pesquisadores acreditam que, como a tecnologia de monitoramento de espécies, dos pescadores e dos “movimentos” dos oceanos, já é possível pensar em unidades de conservação móveis, adequadas a essas variações e, portanto, mais eficientes.

A nova proposta foi apresentada pelos cientistas americanos na reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Vancouver, Canadá.

A proposta é muito coerente e ousada. Mas se mal se conseguiu implantar as unidades de conservação fixas, que aparentemente têm processos de criação menos complexos e gestão mais simples (além de não contarem com a provável variável de poderem ser transfronteiriças), imagine a dificuldade de esse novo modelo sair do papel.

Bom, tudo tem um começo…

– Leia a matéria completa do portal G1

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Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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