Por Dimas Marques
Editor-chefe
dimasmarques@faunanews.com.br
“Um balanço divulgado pelo Batalhão de Polícia Ambiental (BPAmb) da PM mostra que 2.123 animais silvestres foram apreendidos na Paraíba, nos últimos dois meses, o que revela um crescimento em mais de mil por cento do número de apreensões. O rigor no combate ao tráfico principalmente das aves silvestres, que afeta várias espécies, faz parte dos objetivos do BPAmb.
O comandante do Batalhão de Polícia Ambiental, tenente-coronel Melquisedec Lima, disse que as ações serão reforçadas ainda mais nos próximos meses. “O meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito dos brasileiros, previsto inclusive em nossa Constituição Federal, e estaremos reforçando ainda mais as ações para proteger a fauna e a flora paraibana. O trabalho dos valorosos policiais que fazem parte do BPAmb resultou na apreensão 2.123 animais silvestres, outros 370 foram resgatados, tivemos 57 armas de fogo usadas em crimes ambientais retiradas de circulação, 63 presos e 136 autos de infração aplicados”, destacou.” – texto da matéria de divulgação “Combate aos crimes ambientais resulta em mais de 2 mil aves silvestres apreendidas na Paraíba”, publicada em 28 de abril de 2020 no site da PM da Paraíba
É bom ver a polícia atuando na repressão aos crimes contra a fauna. O tráfico de animais e a caça acontecem em todo o Brasil e com bastante intensidade nos estados do Nordeste.
O crescimento de mais de mil por cento na quantidade de animais apreendidos indica, claramente, que a sociedade não está respeitando as leis. Isso quer dizer que a PM Ambiental paraibana, se quiser, pode aumentar ainda mais esse número.
E mesmo se houver intensificação na repressão, a criação doméstica ilegal de animais silvestres, o tráfico de fauna e a caça estarão longe de serem resolvidos. Não por culta da polícia, que está fazendo seu trabalho.
A ausência de uma política clara de gestão e conservação da fauna silvestres, tanto na Paraíba quanto no restante do Brasil, é a responsável. Os gestores públicos e os legisladores são os culpados.
Enquanto a legislação permitir que traficante de animais e caçadores não sejam verdadeiramente punidos pelos crimes que cometem, a fauna continuará sendo atacada.
Comércio ilegal de animais e o ato de matar animais não dão cadeia no Brasil. Está nas leis.
Enquanto o poder público não mudar o foco da repressão para a educação, sensibilizando e conscientizando a população das consequências da criação de animais silvestres como bichos de estimação e da caça, o Estado pode multiplicar o quanto quiser o efetivo das polícias e dos órgãos de fiscalização ambiental que, ainda assim, perderão essa guerra.