Bióloga e mestra em Ecologia de Biomas Tropicais. É diretora executiva do Instituto Libio. Com 10 anos de experiência na reabilitação de animais silvestres, dedica sua carreira à conservação da fauna e ao retorno desses animais à natureza. Sua atuação combina Ciência, conservação e manejo ético.
O Instituto Libio desenvolve projetos de conservação ambiental e proteção da fauna silvestre brasileira. Promovemos a proteção da fauna por meio do manejo responsável, acolhimento, soltura na natureza e educação ambiental visando inibir o tráfico e a caça, além de atuar na proteção de ambientes naturais e na recuperação de áreas degradadas.
Desde 2010, acolhemos animais vítimas do tráfico e maus-tratos. Muitos desses animais que não têm condições de soltura na natureza são acolhidos e cuidados em nosso mantenedouro (Porto Feliz – SP) com o objetivo de terem uma qualidade de vida mais digna. Os animais que podem ser soltos na natureza, fazemos um trabalho de reabilitação para depois a soltura branda em parceria com outras instituições.
Certa vez, durante um simpósio, escutei a seguinte frase: “Quando a gente trabalha com animais silvestres, aprendemos a acariciar com os olhos”. Infelizmente, não lembro quem foi o autor, mas essa frase ressoa como um mantra na minha mente e norteia minha conduta profissional todos os dias.
Todos nós, em algum momento, já fomos tomados pelo impulso de acariciar um animal. É uma sensação natural, quase irresistível, especialmente quando se trata de filhotes. Mas a missão que é confiada a nós, que dedicamos a vida à reabilitação de fauna silvestre, vai muito além de nossas vontades pessoais. É uma responsabilidade que transcende o ego.
Uma das maiores dificuldades da reabilitação, principalmente de filhotes, é evitar o imprinting, um comportamento de dependência ao humano que se dá principalmente devido ao manejo do dia a dia. Esse comportamento pode comprometer seriamente, e às vezes até inviabilizar, a capacidade de retorno desses animais à natureza e, não podemos nos esquecer nunca, que esse é nosso principal objetivo.
Mas entendendo que o manejo é necessário, quais condutas devem ser adotadas para fazê-lo de forma ética e eficaz?
Muitos filhotes chegam aos centros de reabilitação ainda bem pequenos, dependendo dos humanos para fornecer o alimento direto na boca ou por mamadeira. Nesses casos, só os pegue nas mãos ou no colo caso seja extremamente necessário. Alguns se adaptam bem a receber o alimento de dentro de seus recintos (caixas, gaiolas).
Algumas mudanças de hábitos e, principalmente, de mentalidade de nossa parte são fundamentais para reduzir o tempo de reabilitação dos animais e aumentar as chances de retorno e sobrevivência na natureza.
E aí, você já aprendeu a acariciar com os olhos?
Observação: as opiniões, informações e dados divulgados
no artigo são de responsabilidade exclusiva de seu(s) autor(es).
Bióloga e mestra em Ecologia de Biomas Tropicais. É diretora executiva do Instituto Libio. Com 10 anos de experiência na reabilitação de animais silvestres, dedica sua carreira à conservação da fauna e ao retorno desses animais à natureza. Sua atuação combina Ciência, conservação e manejo ético.
O Instituto Libio desenvolve projetos de conservação ambiental e proteção da fauna silvestre brasileira. Promovemos a proteção da fauna por meio do manejo responsável, acolhimento, soltura na natureza e educação ambiental visando inibir o tráfico e a caça, além de atuar na proteção de ambientes naturais e na recuperação de áreas degradadas. Desde 2010, acolhemos […]
