A soltura foi uma possibilidade considerada? Jornalismo que não responde

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
26 de fevereiro de 2013
A imprensa existe para informar, certo? Mas um dos grandes pecados do jornalismo é deixar de informar pela superficialidade. Às vezes isso acontece pelo fato de o jornalista não conhecer do assunto que trata e acaba fazendo uma matéria com poucos detalhes. Outras vezes é relaxo mesmo, com o profissional fazendo um qualquer coisa para entregar o serviço pronto.

E o leitor? Como fica nessa situação?

Eis um exemplo de matéria em que falta muita informação:

“No prazo de 15 dias, o Parque Ecológico Municipal “Cid Almeida Franco”, em Americana (SP) terá 19 novos animais silvestres nos recintos para exposição permanente. São 12 aves e sete cágados ainda em quarentena.

Papagaio-de-peito-roxo que irá para zoológico
Foto: Marília Pierre/ Prefeitura de Americana

Os animais são do Centro de Recuperação de Animais Silvestres do Parque Ecológico do Tietê, em São Paulo, e geralmente  tem uma triste história por trás da sua recuperação.  A grande maioria  vem de apreensões do tráfico ilegal de animais silvestres realizados pela Polícia Florestal e Ibama.

Entre os novos pássaros estão três papagaio-de-peito-roxo (ameaçado de extinção), duas maitacas-bronzeadas, um periquito-da-caatinga, um tiriba-de-testa-vermelha, um papagaio-molero (ameaçado de extinção), um papagaio-galego, três papagaios-campeiros, seis cágados-da-lagoa e um cágado-de-barbicha. Dessas espécies, o zoológico não tinha apenas os pássaros periquito-da-caatinga e o cágado da lagoa; o que contribui para reprodução em cativeiro, segundo a diretoria do zoológico.” – texto da matéria “Animais recuperados do tráfico têm nova vida no Zoo de Americana”, publicada em 22 de fevereiro de 2013 pelo portal G1

A pergunta que deveria ser feita, e não foi, é: por que esses animais não tem a chance de voltar para a natureza? Em muitos casos, os bichos apreendidos não têm condições técnicas de voltar a sobreviver nas matas. Nesse caso, o cativeiro é a saída e nada melhor que tentar a reprodução quando a espécie corre risco de extinção.

Solturas são processos trabalhosos, caros e demorados (pois envolvem, inclusive, um monitoramento pós-soltura para certificação do sucesso da ação), por isso não são realizados ou incentivados pelo poder público. É mais fácil enviar os bichos para zoológicos e criadouros credenciados.

Será que essas aves não tinham capacidade técnica de voltar à vida livre ou será que houve, além do problema do custo das solturas, o interesse do zoológico em rapidamente incrementar seu plantel?
Onde estão essas informações na matéria?

– Leia a matéria completa do portal G1

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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