A segurança pública em defesa do meio ambiente e a questão econômica

Muitas pessoas acharam estranho, ao lerem as notícias econômicas e se depararem com a seguinte afirmação: Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, representa o Brasil no fórum econômico de Davos, na Suíça, enquanto o Presidente e o ministro da Fazenda não comparecem ao evento.

Bem, todos sabemos que cada vez mais os acordos internacionais sobre questões ambientais estão sendo alinhados e a forma de pressão para que países se comprometam é a força econômica, que coloca sanções para quem não cumpre meta de redução de desmatamento ou de emissão de poluentes atmosféricos e até saneamento.

Dessa forma, sabemos no Brasil que o trabalho policial tem um grande viés que é reduzir os crimes ambientais, como o desmatamento, as ações poluidoras, as queimadas, o tráfico de animais silvestres entre outros.

Fechando essa linha de raciocínio, conseguimos verificar que a fiscalização dos ilícitos ambientais, além de ser caso de segurança pública, também é caso de proteção econômica para o país. Mantendo as metas dos acordos ambientais internacionais que o Brasil é signatário, garantimos que a nação não sofra sanções e consiga comercializar sua produção agrícola, pecuária e extrações mineral e vegetal.

A fiscalização ambiental não é apenas uma garantidora dos direitos difusos e de proteção ao meio ambiente. Também protege investimentos e empregos e, cada dia mais, é ratificada como uma proteção econômica. Dessa forma, o servidor público que trabalha na fiscalização ambiental deve ser valorizado e visto como fundamental para a manutenção social e econômica, além de garantidor da qualidade de vida.

Por que trazer essa reflexão para um ambiente de discussão ambiental, focado em proteção à fauna?

Acredito que a rede de proteção à fauna precisa começar a utilizar essa abordagem para ampliar seu poder de fiscalização. Talvez a questão econômica faça a classe política, empresarial e outros segmentos da sociedade abraçarem a proteção ambiental. O que a conscientização ambiental e os riscos sanitários não atingiram, talvez a preocupação do impacto econômico atinja.

De qualquer modo, é mais uma ferramenta para trazermos ao debate. Só a união de pessoas, instituições e esforços vai conseguir mudar a realidade apocalíptica de extinção em massa de espécies e de redução de fauna e de hábitat que a humanidade está trazendo ao planeta.