Por Elisângela de Albuquerque Sobreira
Pós-doutoranda em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses na Universidade de São Paulo (USP). Mestra em Ecologia e Evolução e doutora em Animais Selvagens pela Universidade Estadual Paulista. Coordenadora de Fauna da Prefeitura de Anápolis (GO). presidente da Comissão de Animais Selvagens e Meio Ambiente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás e docente na UniGoyazes.
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Anualmente, no último sábado do mês de abril é comemorado o Dia Mundial da Medicina Veterinária. E no dia 24 que acaba de passar a data teve como tema “A resposta veterinária à crise da Covid-19”.
A pandemia de Covid-19 começou em 2020 e continua a perturbar o equilíbrio da população do mundo inteiro e nossos modos de vida, resultando em impactos negativos também em nossas cadeias de abastecimento de alimentos, nos meios de subsistência, nos sistemas de produção animal, etc. Esta crise global sem precedentes nos forneceu novas evidências de que uma colaboração duradoura e sustentável da One Health (Saúde Única, uma abordagem que a saúde humana e dos animais não humanos são interdependentes e estão vinculadas aos ecossistemas) é necessária. A medicina veterinária, por meio de serviços eficazes e eficientes, é fundamental para o sucesso da promoção de uma abordagem baseada na saúde única para a continuidade e a manutenção de atividades cruciais para a saúde pública.
Recentemente, a medicina veterinária ganhou posição de destaque entre os profissionais da saúde que atuam na situação sanitária imposta pela Covid-19. Eles foram considerados essenciais pelo Decreto nº 10.282/2020 e incluídos na Portaria nº 639/2020 do Ministério da Saúde, que dispõe sobre a ação estratégica voltada para a capacitação e o cadastramento de profissionais da área de saúde para o enfrentamento da pandemia. Em particular, no meu caso, fui selecionada no Projeto VigiAR-SUS, do Ministério da Saúde, para auxiliar no enfrentamento da Covid-19 no estado de Goiás, confirmando, assim, o importante papel dos médicos veterinários na saúde pública.
Mais de 75% de todas as novas doenças infecciosas humanas surgem de animais, sendo 60% delas de animais selvagens, o que inclui a Covid-19, a SARS, o MERS, a raiva e o ebola. Olhando para o futuro, é vital que adotemos a abordagem do Saúde Única e reconheçamos a complexa relação entre humanos, animais e o meio ambiente. Ao manter os animais saudáveis e permanecerem vigilantes para novos surtos de doenças, os veterinários desempenham um papel fundamental na prevenção de uma próxima pandemia.
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