Bióloga, mestra em Zoologia pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro e professora nas redes estadual e particular do Rio de Janeiro.
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Nome popular: perereca-de-leite
Nome científico: Trachycephalus resinifictrix
Estado de conservação: “pouco preocupante” (LC) na lista vermelha da IUCN e no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (ICMBio)
Presentes em nosso imaginário desde sempre, seja através de histórias infantis, lendas ou relatos populares, os anfíbios são representados por muitos indivíduos bem peculiares. Entre eles, encontra-se a Amazon Milk Frog, ou perereca-de-leite, como é conhecida no Brasil, um dos países onde ocorre, na bacia Amazônica.
São animais de porte pequeno, cuja coloração, que pode variar por influência do ambiente, apresenta tons marrons, azuis e brancos, com barras marrom-escuras com borda creme nas pernas, braços e dedos, que possuem grandes ventosas. O dorso tem tubérculos grandes. Além das cores chamativas, consideradas uma forma de advertência a predadores, apresentam uma característica marcante: a coloração azul na parte interna da boca, músculos e ossos.
O “leite” do nome é uma proteção
Esses animais recebem seu nome devido à substância que liberam em situações de estresse. A secreção, semelhante a uma cola, apresenta gosto ruim, provocando irritações e urticária na boca de seus predadores. É inofensiva para humanos.
As pererecas-de-leite vivem em árvores, podendo ser encontradas nas copas ou em cavidades em troncos. São noturnas e alimentam-se de insetos.
Reproduzem-se principalmente entre novembro e maio, na estação chuvosa. Os machos possuem saco vocal duplo e lateral; atraem as fêmeas vocalizando em cavidades cheias de água, em troncos entre dois e mais de 30 metros de altura. Os girinos, resultantes da desova de cerca de mais de dois mil ovos, aí se desenvolvem até completarem a metamorfose.
Apesar da legislação brasileira proibir a captura e comercialização desses animais, o fato de ocorrerem em outros países que formam a região amazônica, além de falhas na fiscalização em nosso território, fazem com que eles sejam traficados e enviados até mesmo para o exterior, sendo alvo de criadores particulares e zoológicos, principalmente na Europa e nos Estados Unidos.
https://youtu.be/H7tMcaiwXm0
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