Por Rodrigo Falcão Ventura
Biólogo do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) da Associação Mata Ciliar
O trabalho em um centro de triagem e de reabilitação de animais silvestres (Cetras) às vezes acaba indo para além dos recintos e dos processos de reabilitação. O ideal é sempre evitar que os animais sequer tenham a necessidade de serem encaminhados para os centros. E foi o que aconteceu terça-feira, 28 de julho.
A equipe do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) da Associação Mata Ciliar atendeu um chamado de uma propriedade rural do município de Socorro (SP) para atender um lobo-guará que estava frequentando o terreno há 15 dias. A presença do animal estava preocupando os moradores pela possibilidade de haver ataque aos seus animais de criação, mas, ao mesmo tempo, os deixando fascinados com a beleza do animal.
Durante a visita, deduziu-se que o lobo-guará não deixava a região pela possibilidade de estar com filhotes, o que tornaria inviável a captura do mesmo pelo risco de abandono da ninhada. Também foi explicado aos moradores um pouco da ecologia do animal e de seus hábitos, principalmente sobre o receio dele dos humanos e sobre a sua dieta, em sua grande parte frugívora. A ideia era deixar a população tranquila em relação a própria segurança e a dos animais de criação.
No final da visita, foram instaladas armadilhas fotográficas a fim de tentar confirmar a presença de filhotes. Após todas as dúvidas serem respondidas, os moradores se comprometeram a proteger a loba e sua possível cria, que tinham se tornado seus novos vizinhos.
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