Por Luciana Ribeiro
Jornalista e tecnóloga em Gestão Ambiental
olhaobicho@faunanews.com.br
Nomes populares: baleia-jubarte, baleia-corcunda
Nome científico: Megaptera novaeangliae
Estado de conservação: “pouco preocupante” na lista vermelha da IUCN e não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Ver aquele corpo enorme se projetar para fora da água parecendo voar é emocionante. As longas nadadeiras parecem asas, tanto que seu nome científico Megaptera vem do grego e significa “grandes asas” (já novaeangliae se refere ao local onde a espécie foi registrada, a Nova Inglaterra, nos EUA). A baleia-jubarte é encontrada em todos os oceanos e entre os meses de julho e novembro vem para a nossa costa para se reproduzir nas águas quentes dos trópicos. A gestação de uma jubarte dura cerca de 11 meses e o filhote nasce pesando 1,5 tonelada e medindo quatro metros. O arquipélago de Abrolhos é o maior berço reprodutivo de jubartes do Atlântico Sul Ocidental.
Nessa época, mais de dez mil jubartes chegam ao nosso litoral, principalmente nos estados da Bahia e do Espírito Santo, e fazem uma temporada ideal para o turismo de observação de baleias (whale wathching). No litoral do Espírito Santo existe o projeto Amigos da Jubarte, uma iniciativa do Instituto O Canal, em parceria com a Prefeitura de Vitória, a Vale, a Universidade Federal do Espírito Santo e os institutos Últimos Refúgios, Ecomaris e Baleia Jubarte, que é voltado para o turismo de observação natural e desenvolve a atividade com segurança para os animais e os turistas.
Uma jubarte adulta chega a pesar 40 toneladas e atinge 16 metros de comprimento. E aquelas grande nadadeiras peitorais, que parecem asas, podem atingir cerca de cinco metros. O imaginário pode fazer pensar que esse bichão enorme devora peixes muito grandes, mas nada mais errado que isso. A baleia se alimenta de krill, aqueles camarõezinhos minúsculos, e para isso usa uma série de placas de queratina que descem do céu da boca formando uma espécie de cortina que filtra a água e retém o alimento. Mas quando está na costa brasileira, a jubarte não se alimenta. Ela faz isso preferencialmente nas regiões polares.
Os olhos da jubarte ficam perto dos cantos da boca e ela tem ótima capacidade visual, tanto dentro como fora da água. Um pouquinho atrás dos olhos ficam as aberturas do ouvido externo, um buraquinho difícil de ser observado já que as baleias têm ouvidos, mas não têm orelhas. No topo da cabeça ficam os orifícios respiratórios, que equivalem às nossas narinas e são fechados durante a submersão. Quando o animal se aproxima da superfície, o duplo orifício se abre e o ar é expelido com força. A jubarte tem também uma nadadeira dorsal que fica sobre uma pequena corcova. Quando mergulha, ela arqueia essa região deixando a corcova mais evidente e dando origem a seu nome popular em inglês, baleia-corcunda (humpback whale).
– Texto originalmente publicado em 24 de janeiro de 2018
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