Por Bruna Almeida
Bióloga e coordenadora do Projeto Reabilitação de Fauna Silvestre e das atividades de educação ambiental no Centro de Triagem de Animais Silvestres de Catalão (GO)
universocetras@faunanews.com.br
O Centro de Triagem de Animais Silvestres de Catalão (GO) desenvolveu o Programa EcoVoluntário, direcionado principalmente para a área da Biologia, Medicina Veterinária e Zootecnia. O intuito é proporcionar ao graduando a ampliação de conhecimentos e de contato com a fauna silvestre. Periodicamente, é realizado um processo seletivo para estudantes da área ambiental. Entretanto, alunos de outras áreas, como Ciências Sociais e Administração, tiveram uma importante atuação durante o período atuante de voluntariado, contribuindo de forma excepcional em todas as atividades desenvolvidas no Cetas.
O Programa EcoVoluntário já recebeu estudantes de Catalão, Goiânia (GO), Urutaí (GO), Campo Grande (MS), Barra do Garças (MT), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Pelotas (RS). Esse mosaico cultural permite uma maior interação entre eles, além da troca de conhecimentos, valores e experiências, tanto profissionais como pessoais.
As áreas a serem exploradas no Cetas podem ser relacionadas ao manejo e contenção (física e química) de animais, à reabilitação, ao enriquecimento ambiental e alimentar, à clínica e cirurgia, além da educação ambiental. Os voluntários apresentam bastante interesse principalmente pelo manejo e pela contenção física. Outra preferência são os cuidados intensivos com os filhotes, que para cada espécie tem um protocolo próprio.
Todos os voluntários relatam a inexistência de disciplinas relacionadas à fauna silvestre na grade curricular de suas respectivas universidades e, talvez, essa ausência de conteúdo desperte mais o interesse em trabalhar com esses animais. Esse interesse é o principal requisito exigido no processo seletivo, pois não é necessário ter experiência. É exigido ter vontade, dedicação, respeito e compromisso.
No atual cenário, o Programa EcoVoluntário conta com a participação de uma bióloga, dois estudantes de Ciências Biológicas e um aluno de Medicina Veterinária. Diariamente e seguindo a escala determinada pela coordenação nesse período de pandemia, eles realizam as atividades de manutenção, reabilitação e enriquecimento dos animais do plantel.
Com a suspensão das aulas e do calendário acadêmico das universidades locais, os voluntários têm buscado aprimorar seus conhecimentos sobre as espécies do Cetas através de um grupo de estudos criado pelos coordenadores. O objetivo é discutir e apresentar trabalhos, bem como resultados de pesquisas desenvolvidas.
Essa atividade tem contribuído para todos os envolvidos, em especial aos voluntários que estão despertando o “gosto” pela ecologia e a conservação da fauna. Para nós técnicos, é uma satisfação compartilhar nossas experiências e orientar os futuros profissionais da conservação. Em tempos de pandemia, é importante que haja empatia.
Observação: as opiniões, informações e dados divulgados
no artigo são de responsabilidade exclusiva de seu(s) autor(es).