Por Dimas Marques
Jornalista, pesquisador do Diversitas-USP e editor responsável do Fauna News
dimasmarques@faunanews.com.br
No Estado de São Paulo, o tráfico de primatas não é o mais comum. E quando acontece, normalmente envolve os saguis. Mas isso é só uma generalização.
“Um homem foi preso suspeito de tráfico de animais silvestres na tarde de terça-feira, 18, em Catanduva. Ele foi detido pela Polícia Rodoviária Estadual na rodovia Washington Luís, transportando dois filhotes de macaco.
O suspeito foi parado durante fiscalização de rotina na rodovia. Ele dirigia um Volkswagen Gol, com placas de Arujá. Ao perceber o nervosismo do motorista enquanto eram conferidos seus documentos, os policiais resolveram fazer uma vistoria no veículo. Foi quando encontraram os animais.
Os dois filhotes eram transportados clandestinamente no porta-malas do carro, sem jaula especial para evitar que se machucassem durante o transporte. À polícia, o motorista disse que comprou os dois animais pela internet e estava levando-os para serem vendidos em Arujá.
Após a autuação pelo crime ambiental, o homem foi liberado e os animais encaminhados para um instituto ambiental, que vai verificar se eles sofreram ferimentos.” – texto da matéria “Homem é preso por tráfico de macacos”, publicada em 18de janeiro de 2017 pelo site do jornal Diário da Região (São José do Rio Preto – SP)
Deve-se destacar que o infrator era apenas mais um intermediário na rede do tráfico de animais. Alguém capturou esses filhotes, outra pessoa deve tê-los anunciado na internet e esse infrator os comprou para revendê-los na Região Metropolitana de São Paulo. Muitas vezes, essa rede do mercado negro de fauna não é todinha organizada como uma quadrilha, mas funciona bem e alimenta um mercado responsável pela retirada de 38 milhões de animais da natureza brasileira todo os anos (estimativa de 2001 da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, a Renctas).
Sobretudo, é importante salientar que esse comércio de vidas só existe porque tem gente que compra. Agora, o traficante está solto e não sofrerá punição (a legislação é ineficiente) e os pequenos macacos perderam a liberdade.
Antes de terminar, uma pergunta: será que a mãe deles foi vítima de caçadores?
– Leia a matéria completa do Diário da Região
– Saiba mais sobre o tráfico de animais no Brasil