517 de filhotes de aves escancaram o descaso do poder público com a fauna silvestre

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
06 de outubro de 2011
Ontem, o Fauna News publicou “O drama da pós-apreensão: o lado pouco divulgado do tráfico de animais”, em que a presidente da ONG ECO – Organização para a Conservação do Meio Ambiente, Kilma Manso, relata o esforço dela e de outros voluntários em cuidar e alimentar as 517 aves apreendidas com dois homens no interior de Pernambuco. Os animais foram levados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres do Recife (Cetas).

O caso deixou evidente a deficiente gestão da fauna silvestre pelo Ibama – não estou falando dos servidores que, em sua maioria, se esforçam para atender às demandas. Além do narrado por Kilma, veja o que o portal G1 publicou em 4 de outubro de 2011:

“Com apenas três funcionários, o Cetas teve que pedir ajuda. Segundo Edson Lima, analista ambiental do Ibama, tudo começou com uma mensagem via e-mail para um grupo de cinco pessoas. “A mensagem foi colocada em sites de relacionamento e houve uma ‘explosão’ de voluntários nos procurando para alimentar esses animais”, disse Lima. (…)

Outros cinco especialistas foram contratados temporariamente para dar conta. “Além deles, já contamos 133 voluntários e continuamos recebendo ligações de diversas pessoas. Tivemos que criar um esquema de grupos de dez pessoas por turno para alimentar os animais. Não estamos recusando ninguém, mas a preferência é para aqueles envolvidos com a biologia ou medicina veterinária”, disse Lima.

Necessidade
Como a base do Cetas em Recife é pequena, os papagaios e maritacas foram colocados em caixotes em uma sala improvisada. Por dia, são consumidos seis quilos de ração especial, ao custo de R$ 200.

“Além do alimento, precisávamos de seringas, luvas e óculos especiais para quem fosse cuidar dos bichos. Estamos tendo ajuda de duas organizações ambientais, uma brasileira e uma norte-americana, que estão nos doando os materiais”, disse Edson Lima.” – texto da matéria “Filhotes de pássaros atraem mais de cem voluntários ao Ibama no Recife” do portal G1

O problema no Cetas do Recife não aconteceu pela grande quantidade de aves apreendidas. Se o número de animais fosse menor, a crise seria a mesma.

Ou você acha que três funcionários sem infraestrutura têm super poderes?

Em tempo: esse não foi um caso pontual e exclusivo do Ibama. Acontece também nas estruturas de Estados e municípios.

– Leia a matéria “Filhotes de pássaros atraem mais de cem voluntários ao Ibama no Recife”, publicada em 4 de outubro de 2011 pelo portal G1
– Releia “O drama da pós-apreensão: o lado pouco divulgado do tráfico de animais”, publicado em 5 de outubro de 2011

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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