O IMPACTO DAS RODOVIAS EM MORCEGOS

Nos estudos sobre a Ecologia de Estradas, os morcegos são esquecidos quando se trata do impacto das fatalidades. Quase não são vistos nas estradas e por isso se acredita que não sofrem com os atropelamentos.

Esse é um grande engano, porque o impacto das fatalidades das rodovias em morcegos pode ser tão crítico quanto em qualquer outro animal.

O fluxo de veículos nas rodovias altera o comportamento dos morcegos, podendo afugentá-los da região para o entorno devido ao efeito barreira provocado pelas poluições visual e sonora.

Além do efeito barreira, há um maior gasto energético devido à dispersão para buscar alimentos;  e atração para as margens devido à disponibilidade de alimentos, uma armadilha ecológica.

As espécies de morcegos no Brasil representam 25% dos mamíferos nacionais. Eles são, em sua maioria, frugívoros e insetívoros e precisam de áreas com mata, tanto para se alimentar quanto para se estabelecer.

Apesar de se locomoverem por voo, podendo se dispersar a longas distâncias, esses animais evitam áreas extremamente abertas, porque elas aumentam o risco de serem predados.

As rodovias, no entanto, são um ambiente chamativo para os morcegos. Isso porque muitos insetos são atraídos por causa das luzes dos veículos e da estrada, além das árvores com frutas e flores nas vias.

Os morcegos insetívoros apresentam voos de baixa altitude, o que os tornam mais suscetíveis às colisões com veículos. Esses impactos são fatais para esses animais.

Animais de baixas taxas reprodutivas e alta mobilidade, os morcegos se tornam vulneráveis a declínios e até extinções locais por consequência dos impactos antrópicos, incluindo as coalisões com veículos.

Morcegos são os principais controladores naturais de insetos, auxiliam na polinização e dispersão de sementes, sendo um dos maiores reflorestadores naturais.

Eles prestam um serviço ecossistêmico importante e precisam da nossa atenção, valorização e mais estudos que avaliem como minimizar o impacto das estradas em suas populações.

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ADAPTAÇÃO

Leonora Sales e Williany BSouza

IMAGENS

Thomas Cuypers (CC BY-NC-ND 2.0)/ NERF (UFRGS)/ Lucas Damasio/ Gabriela Schuck/ Tenor/ Mike Richardson e Sarah Winch (CC BY-NC-ND 2.0)/ Pexels/ Muchaxo (CC BY-NC-ND 2.0)/ João Marcos Rosa/ H. Zell (CC BY-NC-ND 2.0)/ Ryan Somma (CC BY-NC-ND 2.0)/ Unsplash/ Unsplash/ Tenor.

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