ESTRADAS PODEM SER CORREDORES de DOENÇAS COM POTENCIAL PANDÊMICO

Entender o processo de transmissão de um patógeno é essencial para montar as estratégias de controle de uma doença, cujo caminho pode apresentar diferentes padrões.

A transmissibilidade de uma doença pode mudar dependendo do indivíduo infectado por ela, onde ele se encontra e qual o comportamento estiver apresentando.

Em março de 2020, um estudo publicado na Plos Computational Biology analisou os caminhos de transmissão de um fungo que acomete plantas e que se dispersa pelos poros, formando uma complexa rede de transmissão.

Os resultados do estudo mostraram que a malha de estradas determina onde esse fungo ocorre, não só por propiciar um habitat favorável à planta hospedeira, mas por aumentar a transmissão ao longo das rodovias.

Assim como acontece com a pandemia da Covid-19, 

                      onde há mais estradas há maior chance de dispersão do agente causador.

No caso do fungo, conforme os veículos passam próximos à vegetação da margem das estradas, produzem uma rajada de vento que o espalha pelas plantas seguintes.

Embora esse estudo trate de uma doença que acomete a flora, ele serve de alerta, já que outros patógenos que podem acometer a fauna também tenderiam a seguir esse padrão.

Boa parte do que se sabe sobre a dispersão de doenças facilitada pelas rodovias vem de pesquisas relacionadas à agricultura ou às doenças humanas e de animais domésticos.

Com o aumento da malha viária, uma nova rede para transmissão de agentes causadores de doenças pode ser criada. É preciso que estejamos bem preparados para enfrentar novas epidemias e pandemias.

Além disso, é essencial que sejamos capazes de tomar atitudes baseadas em evidências científicas que parem o avanço da doença em populações da fauna, flora ou na nossa.

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ADAPTAÇÃO

Leonora Sales e Williany BSouza

IMAGENS

Gabriela Schuck/ Elisângela de Albuquerque Sobreira/ Pixabay/ Elina Numminen e Anna-Liisa Laine/ Elina Numminen e Anna-Liisa Laine/ DAER RS/ NERF UFRGS/ NERF UFRGS/ NERF UFRGS/ Marcelo Camargo (Agência Brasil)/ Gabriela Schuck/ Pexels/ Tenor.

TEXTO

Talita Menger Ribeiro