O peixe-boi-da-Amazônia é uma das três espécies de peixe-boi existentes no planeta. Diferente dos demais, ele vive exclusivamente em água-doce e pode ser encontrado nos rios da bacia amazônica.
Esse magnífico animal pertence ao grupo dos mamíferos aquáticos da ordem Sirenia, cuja origem está nas lendas das sereias: as magníficas criaturas da mitologia grega.
O peixe-boi-da-Amazônia é o menor de todos eles, atingindo até 2,75 metros de comprimento e um peso de 420 quilos. Ele é o maior herbívoro aquático dos rios amazônicos.
De cor preta, o peixe-boi-da-Amazônia tem como característica uma ou mais manchas claras, brancas ou rosadas, na região ventral do corpo que são únicas, assim como as nossas impressões digitais.
Outra característica, que difere o peixe-boi-da-Amazônia das outras espécies, é que ele não possui unhas na ponta das nadadeiras.
Diferente também do boto-vermelho e do tucuxi, o peixe-boi-da-Amazônia, desde antes da chegada dos europeus ao Brasil, era caçado pelos nativos pela sua carne, por sua gordura e pelo seu resistente couro.
Isso mesmo! O couro do peixe-boi-da-Amazônia era usado para a confecção de escudos e armaduras contra as flechas inimigas.
Curiosamente, os peixes-bois e outros sirenios não emitem sons altos. As vocalizações do peixe-boi-da-Amazônia, semelhantes ao que acreditavam ser o canto de uma sereia, são curtas e difíceis de se escutar.
Além disso, esses animais têm a audição bem desenvolvida para sons de alta frequência, ou seja, eles conseguem detectar ruídos mínimos e isso os ajudam a escapar de seus predadores.
Uma das muitas lendas que envolvem o peixe-boi na Amazônia conta que para passar pelo “lago do peixe-boi”, é preciso jogar um presente na água e oferecer ao animal ou ele virará a sua embarcação.
Mas a realidade desses animais não é divertida como as lendas sobre eles. Devido à exploração humana ao longo dos séculos, a população de peixes-bois-da-Amazônia foi reduzida e a espécie está ameaçada de extinção.
No Brasil, esforços para a conscientização começam a ter resultados e houve a diminuição da caça. Mas, em função do longo ciclo reprodutivo, a capacidade de recuperação da espécie é limitada.
Vera Maria Ferreira da Silva
Leonora Sales e Williany BSouza
Pixabay/ Associação Amigos do Peixe-boi/ Anselmo D'Affonseca/ Patrick Marques/ Projeto Boto/ Sônia Vill/ Instituto BIoMA/ Silvino Santos