A ESTRUTURA DO TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES E O PAPEL  DE QUEM COMPRA

O tráfico de fauna silvestre existe porque há quem compra os espécimes arrancados de seus habitat. Animais selvagens não são pets, artigos de luxo e nem “muletas-de-likes”.

Entre as principais causas de extinção da fauna, o tráfico está atrás apenas da perda de habitat em função do crescimento urbano, do desmatamento e das queimadas, e da caça ilegal.

Isso nos afeta diretamente. Para a humanidade, a consequência do desaparecimento desses animais é o desequilíbrio ecológico e o declínio dos ecossistemas, que tanto prejudicam o planeta.

O hábito de criar silvestres como pets, o quadro econômico desfavorável e a ineficiência da fiscalização e repressão, somados às leis brandas, colaboram com o tráfico de animais silvestres do Brasil.

As aves, por sua diversidade de cores e pelos canto e vocalização, são o grupo da fauna brasileira que mais sofre com esse tipo de crime no país.

A estrutura do tráfico de fauna é formada por diferentes etapas. Primeiro surge quem caça e captura, que, na maioria das vezes, são pessoas com baixo poder aquisitivo e moradoras próximas de áreas de mata.

Em seguida, em função da necessidade de um local para armazenar esses animais, surgem os moradores locais que fornecem suas casas como depósitos.

Na etapa seguinte, os transportadores são os responsáveis por receber esses animais dos moradores para levá-los aos centros urbanos, ou seja, aos locais com os maiores mercados consumidores.

Durante o transporte, os animais são levados amontoados, em condições precárias, privados de água e comida por muitas horas. Até a entrega no destino, diversas espécies traficadas morrem ou sofrem mutilação.

Ao chegar nos centros urbanos, os animais voltam a ser armazenados em depósitos. Nessa etapa surge o atacadista, aquele que vai vender os espécimes para intermediários como quem comercializa bananas.

Feirantes e donos de pet shops podem ser alguns dos intermediários varejistas. Mas a base de sustentação dessa cadeia é o consumidor. É ele o financiador e mantenedor do tráfico de fauna silvestre.

O crime é cometido pelo ser humano, mas é o animal silvestre que fica preso. Não compre animais selvagens. Denuncie! Não seja um financiador do tráfico de fauna.

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TEXTO

Daniela de Almeida

ADAPTAÇÃO

Leonora Sales e Williany BSouza

IMAGENS

APASS/ Fábio Rodrigues/ Bruno Kelly (Amazônia Real)/ Vinícius Mendonça (Ibama)/ Polícia Civil MG/ Risyal Hidayat (Antares)/ Pixabay/ PRF/ PM Meio Ambiente MG/ Tenor/  Roberto Cabral Borges